Pedro Fabro foi o primeiro companheiro de Inácio de Loiola, em Paris. Enquanto ajudava Inácio a entrar no mundo das Letras e da Filosofia, Inácio foi-o ajudando a deslindar o enredo da sua vida. Neste processo, Fabro assumiu a sua vocação ao sacerdócio, tornou-se colaborador de Inácio na fundação da Companhia de Jesus e, como jesuíta, passou o resto dos seus quarenta anos de vida viajando pela Europa e levando a toda a parte o «suave odor» de Cristo e do seu Evangelho.
Pedro Fabro ficou, no entanto, envolto num relativo esquecimento, se comparado com alguns dos seus companheiros na aventura de fundar a Companhia de Jesus, sob a liderança de Inácio de Loiola. A sua personalidade discreta assim o permitiu. E apesar de ter percorrido os caminhos de uma Europa em crise, social e religiosa, da Itália à Alemanha, da Alemanha a Espanha e Portugal (onde passou por Lisboa, Coimbra e Évora) e regressando a Roma, onde morreu, a 1 de agosto de 1546, as suas pegadas foram-se apagando, levadas pela poeira do tempo.
Ao canonizar Pedro Fabro, em 2013, o Papa Francisco trouxe para o nosso conturbado século XXI este homem sensível, amigo de todos, sempre empenhado em levar Cristo àqueles com quem contactava. E José García de Castro, sj, em “Pedro Fabro, A Quarta DImensão”, mostra como este santo pode ser «bondade para o nosso tempo», um tempo em que a Igreja e o mundo bem precisam de homens e mulheres assim, simples, discretos, dedicados a Deus e aos irmãos, sem nada impor e sem nunca deixar de propor o Evangelho.