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Os visíveis invisíveis – Rede Mundial de Oração do Papa

Os visíveis invisíveis

Já reparou que há pessoas que não se veem?

Há dias estava na fila para “os retirados” de uma central de camionagem. Junto do torniquete estava uma funcionária. Logo, ao entrar, todas as pessoas passavam por ela, mas ninguém a saudava.

Há tempos, à saída de uma sala de cinema, estavam umas funcionárias preparadas para limpar a sala quando toda a gente saísse. Todas as pessoas saíram “sem as ver”.

Há sempre um segurança no supermercado onde vou. Ele observa toda a gente, mas “ninguém nota” que ele está ali.

Assim como ninguém dá pelo polícia à porta do Banco de Portugal perto de minha casa.

Também ninguém fala às funcionárias que lavam o chão do centro ou levantam as mesas da restauração no centro comercial onde vou.

Percebe-se, são pessoas que não se veem. Só se lhes vê o exterior. Não se vê que são pessoas.

Ou será que não são pessoas?

Ou talvez sejam pessoas, mas não nossas irmãs.

É isso! Não são nossas irmãs. Aliás, Jesus diz isso num evangelho descoberto recentemente: “Em verdade, em verdade vos digo: ‘Os funcionários silenciosos não são vossos irmãos’”.

Estou a ser irónico. Claro que Jesus nunca disse isso. E o leitor também não pensa isso, mas faz-me muita impressão ver as pessoas de que falei, e outras, a ser ignoradas por quem passa ao lado delas. Eu acho que ninguém o faz por mal. Penso é que nem as pessoas foram educadas para isso, nem as regras (anticristãs) da sociedade nos pressionam a isso. Então fazemos o que vemos fazer, que neste caso é não fazer, quer dizer, é ignorar, é não falar.

Suponho que muitas destas pessoas não estão à espera que lhes falemos. Penso que não ficam magoadas por não lhes falarmos. Mas também penso que, se lhes falarmos, iluminamos aquele momento do seu dia. É como estar a ler com pouca luz. De repente alguém acende um candeeiro e nós sentimos um alívio e uma alegria. Falando a estas pessoas, podemos marcá-las positivamente, porque sentem-se tratadas como seres humanos. Se as tratarmos como irmãs, vão sentir-se pessoas com valor.

Cabe ao leitor pensar se são ou não suas irmãs.

O evangelho também se joga nos atos pequeninos. Sobretudo nos atos pequeninos.

“Quem é fiel no pouco também é fiel no muito” (Lc 16, 10).

Gonçalo Miller Guerra, sj

© Gil Ribeiro (Unsplash.com)

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