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Celebrar o homem do “Mais”

Inácio de Loiola, fundador da Companhia de Jesus, é o homem do “mais”, da maior glória de Deus, do maior serviço das almas, do bem mais universal, um homem apaixonado por Cristo, com grande amor e espírito de obediência à Igreja, com desejos grandes de fazer tudo para ajudar os outros. Pai e fundador, deixou grandes e maravilhosos textos, milhares de cartas, o pequeno/grande livro dos Exercícios Espirituais. Apóstolo de Roma, primeiro Superior Geral da Companhia de Jesus, tinha um coração universal cheio de fogo evangelizador. Homem do discernimento espiritual, conselheiro sábio e prudente, fundador determinado pela vontade de Deus.

Hoje, em mais de uma centena de países, em muitos serviços e ministérios, inseridos em múltiplos trabalhos, os seus seguidores, os jesuítas, procuram imitar o seu fundador, mestre e pai. Desde professores universitários, a apóstolos dos sem-abrigo, desde dedicados a dar os Exercícios Espirituais a capelães de hospitais e cadeias, desde confessores e diretores espirituais a trabalhadores dedicados com os refugiados, desde professores e mestres em colégios até párocos em diversas dioceses, desde homens da arte, da ciência, da cultura, a missionários pobres e perseguidos na China e em tantos outros países, todos unidos pelo mesmo ideal, seguindo as Constituições escritas por Inácio, buscando na oração a força e a graça de evangelizar como companheiros de Jesus, cerca de dezassete mil jesuítas espalhados pelo mundo procuram, apesar de frágeis e pecadores, ser instrumentos do Reino, servidores do mundo, na Igreja e com a Igreja.

Dia 31 de julho, aniversário da morte de Inácio de Loiola, em 1556, vamos celebrar a sua festa litúrgica e recordar sua vida e sua obra, sua oblação e seu serviço, sua paixão por Cristo e seu ideal de peregrino, seu encanto pelas missões e seu serviço dos pobres. E, olhando o mundo à nossa volta, descobriremos, agradecidos, tantos seguidores de Inácio, tantos leigos que seguem seu exemplo de vida evangélica, tantos e tantos que fazem anualmente a experiência dos Exercícios Espirituais, tempo forte de oração que liberta e que ajuda a ordenar a vida, e depois vivem com encanto e alegria a espiritualidade inaciana. Centenas de leigos a viverem a sua participação em grupos de Comunidades de Vida Cristã (CVX), muitas dezenas a organizar campos de férias e a ocupar-se dos mais jovens e dos mais pobres, dezenas a colaborar nas revistas da Companhia de Jesus em Portugal, nas paróquias que os jesuítas levam por diante, nas obras apostólicas, como o Apostolado de Oração, na colaboração dedicada em Casas de Exercícios, em Colégios, na Faculdade de Filosofia em Braga, em quatro Centros Universitários, etc., etc. Inácio continua vivo, no mundo à nossa volta, na vida de muitos jesuítas e de centenas e centenas de leigos que colaboram com eles, em muitas e variadas obras.

Ainda durante a vida de Inácio se deu início em Portugal à fundação da primeira Província da Ordem religiosa por ele fundada e se começaram grandes empreendimentos como o Colégio das Artes, em Coimbra, hoje edifício pertencente à Universidade. Sob a orientação de Inácio de Loiola partiram de Portugal muitos missionários, como Francisco Xavier, quer para o Brasil quer para a África e o Oriente, tendo chegado à Índia, ao Japão, à China. Pelo mundo além, em muitos países, há marcas culturais e evangelizadoras dos jesuítas portugueses, missionários de muita audácia e de grande dedicação. Quem visita a Madeira ou os Açores pode visitar os edifícios dos Colégios e das Igrejas fundadas pelos jesuítas portugueses. E o mesmo se pode afirmar de muitas cidades do Brasil, de Angola, Moçambique, Macau, Timor, Goa, etc. A Província portuguesa que Inácio fundou foi uma Província de mártires, de jesuítas, padres, irmãos e estudantes que derramaram seu sangue por Cristo, como o grande São João de Brito nos matos do Maduré, na Índia, ou o grupo dos que se reuniram no Vale do Rosal, na Charneca da Caparica, que partiram rumo ao Brasil e foram martirizados junto das Canárias.

Em muitas partes do mundo, Inácio de Loiola e o seu carisma continuam vivos, graças ao esforço, ao sangue derramado, à dedicação de muitos jesuítas na Índia, na China, na Síria, nalguns países africanos, na América Latina, donde nos veio o Papa Francisco. Muitas odisseias de amor, de vida doada até ao fim, de dedicação e de serviço, com o desejo da maior glória de Deus e do bem mais universal.

 

Dário Pedroso, sj

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