Domingo XXVI do Tempo Comum – Ano C / Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
Jesus, com quem nos encontramos na Eucaristia, quer ser encontrado também nos pobres. Jesus Cristo, «sendo rico, fez-se pobre por vós, a fim de que vós fôsseis ricos pela sua pobreza» (2 Cor 8, 9).
A parábola do pobre Lázaro e do rico avarento transmite-nos a mensagem de que a riqueza se pode tornar muito perigosa. Quem possui muitos bens está sujeito à tentação de se transformar em egoísta açambarcador que só pensa em si mesmo. Facilmente brota e cresce nele a presunção de ser superior a outras pessoas. Corre o risco de se deixar cegar pela fortuna e de fechar os olhos e o coração à miséria existente à sua volta. Dar-se-á conta, um dia, de que se deixou possuir pelas posses a que se apegou e que lhe tiraram a liberdade. De possuidor passa a possuído, de livre a escravo. A vida faustosa origina isolamento, preocupações, falta de paz e de alegria no coração.
Se, a tempo, pensasse na morte e se lembrasse de que, por mais rico que seja, irá de mãos vazias para o Além, abriria os olhos, veria a carência dramática dos seus irmãos e começaria a dar e a repartir, descobrindo e confirmando que é dando que se recebe e que «dá mais felicidade dar do que receber». No fim da vida, seremos julgados sobre o amor.
Por mais que a riqueza seja adquirida com honestidade e não fraudulentamente, mesmo que os pedintes não sejam expulsos da porta da igreja e/ou da proximidade da nossa rua ou da nossa casa, o problema está na insensibilidade com que se despreza, se explora ou simplesmente se ignora e se fecha os olhos às situações angustiantes dos pedintes, desempregados, migrantes, desterrados.
O Papa Francisco convidou-nos e incitou-nos a «viver em saída», a ir às periferias, a fim de percebermos o que significa pobreza e dependência e como temos de abrir os olhos, as mãos, o coração, a carteira, para ir em auxílio de quem não tem possibilidade de se ajudar a si mesmo. Nunca esquecer a palavra do Evangelho: «O que fizeste ou não fizeste a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizeste ou não fizeste» (Mt 25).
Am 6, 1a.4-7 / Slm 145 (146), 7-10 / 1 Tim 6, 11-16 / Lc 16, 19-31