Em muitas zonas do nosso país, o Domingo de Páscoa é marcado pelo compasso pascal. Há muitos anos que vivo este dia de porta em porta, acompanhado das crianças que tocam os sinos e de quem transporta a cruz, a anunciar: “Aleluia, o Senhor ressuscitou!”. E experimento sempre a alegria do Evangelho, como os discípulos que encontraram o Senhor vivo no caminho e regressam para comunicar a Boa-Nova. Nalgumas casas encontro festa e a família reunida, noutras tristeza pela perda recente de algum familiar, pela solidão ou por algum problema que não se resolve. Mas em todas elas marca-me a porta aberta, as flores no chão para acolher o Ressuscitado e a certeza de que Ele está vivo e é a nossa esperança.
Na sua última Carta encíclica, o Papa Francisco diz que «o Evangelho, nos seus vários aspetos, não é apenas para ser refletido ou recordado, mas para ser vivido, tanto nas obras de amor como na experiência interior, e isto aplica-se sobretudo ao mistério da morte e ressurreição de Cristo» (Dilexit nos, n. 156).
Temos aqui um bom mote para a nossa vivência destes dias. Com o compasso pascal ou sem ele, cada um de nós pode ser portador da notícia de que Jesus está vivo e pode continuar o dinamismo do Evangelho na sua vida. Deixemos que a vivência deste Tríduo Pascal nos fale da forma como nos fazemos alimento na vida dos outros, como ajudamos a carregar a cruz de quem sofre, como cuidamos e anunciamos a esperança da vida que não tem fim. Nestes dias, visitemos algum doente, façamos companhia a quem vive sozinho, rezemos com alguém que está de luto, promovamos nas comunidades cristãs as intenções mensais de oração do Santo Padre.
A todos aqueles que acompanham a Rede Mundial de Oração do Papa e os seus projetos, desejo uma Santa Páscoa.
(Diretor Nacional da Rede Mundial de Oração do Papa – Portugal)