Assinalando os 1700 anos do Concílio de Niceia, José Frazão Correia, sj, no editorial, reflete sobre a identidade de Deus como ser-para-outro, numa crítica ao ideal contemporâneo da autorrealização individual e à ideia de um Deus como Monarca ou Narciso absoluto.
Num tema bastante atual, Madalena Meneses partilha o testemunho de uma mobilização cidadã em Lisboa, relembrando-nos do valor do exercício ativo da cidadania.
Já João José Fernandes faz um balanço dos dez anos da encíclica Laudato si’, refletindo sobre o que mudou – e o que permanece por fazer – no cuidado da nossa casa comum.
Sónia Monteiro homenageia Gustavo Gutiérrez, pai da teologia da libertação, recordando a atualidade de uma fé vivida em compromisso com os marginalizados, e Giuseppe Guglielmi celebra o centenário do nascimento do jesuíta Michel de Certeau, revisitando a obra deste pensador inclassificável (no bom sentido) que cruzou mística, sociologia e antropologia.
Rita Jerónimo, por sua vez, destaca a importância do Saber Fazer artesanal, propondo um novo olhar sobre os ofícios tradicionais enquanto património vivo e resposta criativa aos desafios contemporâneos.
No “Caderno Cultural”, que agora abre sempre com a rubrica Da Nossa Estante, podem ainda encontrar comentários a preciosos objetos culturais da atualidade, entre os quais a crítica de Joana Bértholo ao primeiro romance de Georges Perec ou a leitura que Lís Barros faz da exposição “Tentativa de esgotamento (depois do adeus)”, de Daniel Blaufuks.