Domingo XIV do Tempo Comum – Ano C
Na oração Coleta pedimos «uma santa alegria». O profeta Isaías exorta o povo de Deus a alegrar-se, pois o Senhor, em seu amor «materno», promete consolação aos regressados do exílio. O salmo também apela ao regozijo e ao cantar jubiloso, em gratidão por tudo o que Deus «fez por mim». A fonte do contentamento cristão é a certeza de termos sido redimidos pela morte de Jesus, que nos fez ressurgir para uma vida nova, «revestidos de Cristo».
Cheios de alegria regressaram os discípulos (72, número dos povos conhecidos naquela altura?) enviados a transmitir a paz a quantos aguardavam o reino de Deus. Jesus introduz a nova era, manifestando por palavras e gestos messiânicos a proximidade de Deus que, com a sua providência, acompanha permanentemente as suas criaturas. Anteriormente, Jesus enviara os Apóstolos (12, número das tribos de Israel) a curar e a pregar em nome do próprio Jesus Cristo. Os Doze e os 72 foram e atuaram em missão de paz, divulgando a boa notícia de que o reino de Deus está próximo, introduzido no mundo pelo Mestre divino encarnado. Proximidade significa acompanhamento, presença fortificante, motivação para a alegria e a segurança.
Jesus diz que devemos pedir a Deus que aumente o número de operários na sua Igreja. Que sejam verdadeiros portadores de paz e alegria aos corações, cultivando as virtudes que o próprio Jesus enumera: pobreza, prudência e simplicidade, coragem e perseverança na confiança, desprendimento de si mesmos e dos bens materiais, dedicação plena à missão de curar e de apregoar a Palavra da Boa Nova. Se rejeitados, não perder a paz que desejavam transmitir, mesmo que se sintam como «no meio de lobos».
A cada cristão, Deus chama, instrui e envia como embaixador da misericórdia divina. No final de cada Eucaristia, somos despedidos com a recomendação de, acompanhados pelo Senhor, ir em paz e transmitir e partilhar a paz com quem contactarmos durante o dia.
Examinemos se estamos em paz com nós mesmos, se convivemos pacificamente com todos os irmãos e se a consciência não nos acusa de algo que afeta negativamente a nossa relação com Deus.
Is 66, 10-14c / Slm 65 (66), 1-3a. 4-5.6-7a.16.20 / Gal 6, 14-18 / Lc 10, 1-12.17-20 ou Lc 10, 1-9