Domingo XVIII do Tempo Comum – Ano C
Hoje, o Evangelho fala-nos da avareza, da tentação de acumular mais e mais nos celeiros perecedores da vida breve na terra. «Tudo vaidade!». Porque tudo é provisório e se desvanece como fumo, sem deixar rasto.
São Paulo chama idolatria à avareza e à ganância, isto é, adoração de falsos deuses. É que tudo passa e o Evangelho exorta-nos a tornarmo-nos «ricos aos olhos de Deus», em vez de passarmos a vida procurando acumular bens só para nós.
«Que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?» (Mc 8, 36; Mt 16, 26). Se tudo passa, que é que fica? Apenas o que partilharmos, não necessariamente o que deixamos no testamento, pois pode ser doação para quem talvez já possua mais que o suficiente. Partilhas? Ir partilhando e repartindo, em vida, por quem, realmente, é necessitado. Diz o provérbio: «Quem dá aos pobres empresta a Deus». O nosso Criador e providência, que nos dá de graça a abundância dos seus benefícios, compensa com generosidade os que se tratam verdadeiramente como irmãos. Jesus estimula-nos a dar de graça o que de graça recebemos. Dar é muito diferente de emprestar. É vontade do Senhor que façamos aos outros o que desejamos que nos façam a nós. O que fica para a eternidade é a caridade. E a caridade cristã consiste em pensar nos outros, vencendo o egoísmo, resistindo à sedução das riquezas e à triste solidão de quem vive somente para si mesmo. Somente a caridade nunca há de acabar.
Ecl 1, 2; 2, 21-23 / Slm 89 (90), 3-6. 12-14.17 / Col 3, 1-5.9-11 / Lc 12, 13-21