Domingo XXV do Tempo Comum – Ano C
«Consideremo-nos, pois, servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. Ora, o que se requer dos administradores é que sejam fiéis» (1 Cor 4, 1-2). Não somos donos nem somos superiores a ninguém, pois tudo o que possuímos é dom gratuito de Deus: «Que tens tu, que não tenhas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias, como se o não tivesses recebido?» (1 Cor 4, 7).
Ou Deus, ou o dinheiro! Não se pode servir a dois senhores. Di-lo Jesus Cristo. O Senhor exorta-nos a sermos espertos no modo como gerimos os bens que possuímos. Não com desonestidade, como é prática de tantos que acumulam fortunas, utilizando meios tortuosos. Inteligentes como eles? Sim, apenas na vontade de sermos inventivos e determinados em aplicar, «como filhos da luz», as nossas posses. Sem esquecer que a vida é breve, que deixaremos cá todos os haveres, que é escandalosa a distribuição da riqueza entre povos e pessoas que se dizem irmãos.
Não podemos ignorar ou ser indiferentes às situações de carência extrema de tão grande número de carenciados, talvez mesmo na vizinhança, como o pobre Lázaro à porta do rico avarento que só depois da morte abriu os olhos para aquele pedinte.
Palavras da Santa Madre Teresa: «As pessoas não sabem. Perderam a fé. Se tivessem consciência de que o que está prostrado por terra é seu irmão ou sua irmã, penso que fariam alguma coisa por eles, mas não os reconhecem!». É também ela que afirma: «eu nunca cuido das massas em geral, mas só de uma pessoa. Se olhasse para as massas, nunca começaria».
Prestemos atenção às coisas pequenas. Como diz Santo Agostinho, «as coisas pequenas são realmente pequenas, mas ser fiel nessas coisas pequenas é uma grande coisa». Temos a missão de ajudar a Deus a promover a justiça e a igualdade no mundo. Não inventemos justificações para não darmos esmolas. Se não podemos dar dinheiro ou outra coisa material, peçamos desculpa e saudemos com simpatia os que nos estendem a mão. É tão fácil e hipócrita protestar contra a pobreza, quando se tem boa conta no Banco e não falta nada em nossa casa!
Am 8, 4-7 / Slm 112 (113), 1-2.4-8 / 1 Tim 2, 1-8 / Lc 16, 1-13 ou Lc 16, 10-13