Domingo V da Páscoa – Ano C / Último Dia da Semana da Vida
«Temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus» (1.ª Leitura). É São Paulo quem o diz, ele que foi flagelado, perseguido, naufragado, ameaçado, metido na prisão… A fé não nos isenta de passarmos pela cruz e pelas dificuldades quotidianas, mas insufla em nós a liberdade interior, da qual nada nem ninguém nos podem privar. Porque é na fraqueza que somos fortes, se acreditamos na graça da presença fortificante do Senhor, que está sempre a acompanhar-nos e nos vai repetindo que não temamos, pois com Ele venceremos o mundo do ódio, da indiferença e da mentira. Foi-nos feita a promessa de «um novo céu e uma nova terra», Deus a enxugar as nossas lágrimas, a chegada a bom porto após todas as tempestades experimentadas durante a peregrinação terrena.
Continuamos em tempo de Páscoa, prossegue a celebração da Ressurreição do Senhor. O renascer cristão das mortes causadas pelo pecado tem por base e pressuposto o cumprimento do mandamento novo: «amai-vos uns aos outros como Eu vos amei». É a mensagem do Evangelho deste domingo. O amor é o distintivo do cristão. É pela prática do amor/caridade que todos conhecerão que somos discípulos de Jesus. Porque o amor tudo perdoa, evangeliza pela alegria que transparece no rosto dos crentes praticantes. A alegria é fruto da caridade. É o amor que nos abre os olhos para as maravilhas de Deus, nos aquece e amolece o coração e nos leva a dar, repartir, ter compaixão, acompanhar, aplaudir o bem, a dominar a língua, a não nos calarmos quando é preciso defender os inocentes indefesos, a suportar as situações e as pessoas que não podemos modificar.
É duro? Sem dúvida! Mas é possível. Se outros e outras puderam, também eu serei capaz, com a força da fé, a inspiração do Evangelho e o exemplo de Jesus Cristo e dos santos.
Como progredir no amor a Deus e ao próximo? Praticando a «Regra de Ouro», na sua formulação negativa: «Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti» (Tobias 4, 15); e na formulação positiva: «O que quiseres que te façam os outros, fá-lo também a eles» (Mt 7, 12). Não fazer mal é muito bom. Fazer bem é incomparavelmente melhor e transformador, pois implica fantasia, efetivo pensar nos outros, para agir fraternalmente, sem egoísmo e em total desprendimento de si mesmo. Deus venha Boa Nova – maio 2025 11 em nosso auxílio para empreendermos este caminho de felicidade nossa e alheia.
At 14, 21b-27 / Slm 144 (145), 8-13ab / Ap 21, 1-5a / Jo 13, 31-33a.34-35