Dia 14 | Domingo

Meditação diária

Exaltação da Santa Cruz (Festa) / 70.º aniversário do Papa Leão XIV

Há silêncios que falam mais alto que muitos discursos. De Jesus são-nos relatadas muito poucas palavras por Ele pronunciadas durante a Paixão, a ponto de isso causar admiração a Pilatos (Mc 15, 5). Após as suas negações, Pedro viu apenas fixar-se sobre si o olhar benigno e misericordioso do Senhor e isso bastou para desatar a chorar por se sentir perdoado e confirmado pelo Mestre. Elevado na cruz, impressiona a forma como Jesus se cala, sem reação agressiva para com os que o condenaram, o insultavam e o provocavam com troça ofensiva. O crucificado limitou-se a pouquíssimas breves frases, manifestando perdão, confiança no Pai, sede, referência a Maria, sua Mãe, à qual nos confiou, dando-a a nós como Mãe. Amor até ao fim, a pensar nos outros, em todos nós, e dirigindo a sua bondade atenta para o ladrão a seu lado.

A cruz, banhada pelo sangue do Salvador, tornou-se trono que veneramos por ter sustentado o corpo martirizado do próprio Deus encarnado. Contemplamos na cruz os braços abertos do Senhor, para nos acolher e nos dirigir este convite: «Vinde a mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis repouso para as vossas almas».

Em Jesus crucificado, contemplamos, agradecidos, o Amor divino manifestado, Deus como que despojado da sua divindade. Em Jesus Cristo, a omnipotência divina colocou-se ao nível da fragilidade dos humanos, sujeitando-se à arbitrariedade daqueles que não o recebem, o rejeitam e o condenam à morte.

Celebrar a Exaltação da Santa Cruz significa que reconhecemos e proclamamos que realmente «Deus amou de tal modo o mundo, que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que crê n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna», como o próprio Jesus disse a Nicodemos.

Tinha de ser assim? Sim, porque o amor verdadeiro sofre necessariamente por aquele a quem ama. Não há amor sem sofrimento. A dor só tem sentido se aceite e suportada com e por amor.

Num 21, 4b-9 / Slm 77 (78), 1-2.34-38 / Filip 2, 6-11 / Jo 3, 13-17

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