Domingo I do Advento – Ano C
Advento é tempo de preparar o Natal. A Palavra de Deus, que hoje nos é proposta, anuncia-nos que Deus cumpre a sua promessa de salvação, mas é preciso caminhar na esperança.
O Livro de Jeremias é uma voz de esperança. Estamos num momento difícil do povo de Israel, com a cidade de Jerusalém conquistada pela Babilónia. Na iminência do desterro, o profeta é mediador de esperança de Deus: «Dias virão, em que cumprirei a promessa (…), farei germinar um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra». Ainda que o tempo presente seja de incerteza, não se pode perder a esperança nos dias que hão de vir.
Diz São Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, que devemos «crescer e abundar na caridade», saindo do comodismo e do conforto para progredirmos no bem para com os outros. O amor fraterno pede esforço, mas confirma os nossos corações na «santidade irrepreensível». Ao iniciarmos o tempo litúrgico do Advento, somos chamados a refazer a forma como cuidamos uns dos outros para prepararmos «o dia da vinda de Jesus, nosso Senhor», como aponta ainda São Paulo.
O Evangelho de São Lucas sintetiza estas ideias numa visão apocalíptica da «vinda» definitiva de Cristo. Se é verdade que Ele já veio há dois mil anos, não é menos verdade que continua a vir todos os dias. Diante das experiências adversas que colocam em crise tantos dos nossos projetos e seguranças, só em Deus podemos ter um porto de abrigo seguro, porque só Ele nos pode trazer a luz no meio da escuridão. Por isso, é preciso concretizar, no dia a dia, as palavras «vigiai e orai em todo o tempo», para que a vida cristã seja sempre um grande Advento de espera vigilante do Senhor, de esperança e de disponibilidade para colaborar na sua missão.
Jer 33, 14-16 / Slm 24 (25) 4-5. 8-10.14 / 1 Tes 3, 12 – 4, 2 / Lc 21, 25-28.34-36