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Papa denuncia economia que desvaloriza as pessoas

A edição de abril de O Vídeo do Papa tem como tema a economia e retrata o desafio, feito pelo Papa Francisco aos responsáveis económicos, de garantir oportunidades de trabalho digno e de evitar a eliminação de postos de trabalho.

No vídeo, o Santo Padre pede que sejam rejeitados os sistemas económicos que excluem as pessoas e só valorizam os resultados e a rentabilidade, destacando a importância de pôr em primeiro lugar a pessoa humana e enfatizando a responsabilidade de empresários e políticos.

«Levantemos a voz juntos, para que os responsáveis pelo planeamento e pela gestão da economia tenham a coragem de rejeitar uma economia da exclusão e saibam abrir novos caminhos», realça.

O Papa sublinha que «a economia não pode pretender somente aumentar a rentabilidade, eliminando postos de trabalho e criando novos excluídos». Ela «deve seguir o caminho dos empresários, políticos, pensadores e atores sociais que põem em primeiro lugar a pessoa humana e fazem os possíveis para assegurar que há oportunidades de trabalho digno».

No relatório sobre Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), publicado em 2016, são apontadas quatro políticas fundamentais para capacitar os excluídos: defender os direitos humanos, garantir o acesso à justiça, fomentar a inclusão e garantir a transparência financeira. «O mundo dispõe de menos de 15 anos para cumprir a sua ambiciosa agenda de não deixar ninguém para trás», realça o diretor do relatório, Selim Jahan, no respetivo prólogo.

«A nossa sociedade, invadida pelo consumismo e pela criação de necessidades artificiais, adormece-nos, distrai-nos e, muitas vezes, faz-nos esquecer os enormes desafios que vivemos, perante “uma economia da exclusão e da desigualdade social”», refere o P. Frédéric Fornos, sj, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa e do Movimento Eucarístico Juvenil, recordando a exortação apostólica A Alegria do Evangelho, do Papa Francisco. É uma economia «que descarta multidões, deixando-as sem trabalho, sem horizontes e sem saída», acrescenta.

O responsável lembra que «por trás dos números e dos mercados há pessoas. Vejamos outros caminhos possíveis». E, citando novamente A Alegria do Evangelho, recorda que “uma fé autêntica – que nunca é cómoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo”. “Rezemos e apoiemos os que tentam pensar e abrir novos modelos económicos, que estejam ao serviço da vida humana e respeitem a nossa “casa comum”», conclui.

 

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