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O silêncio para com os cristãos

Há cerca de 100 milhões de pessoas que, neste momento, estão a ser perseguidas e massacradas simplesmente pelo facto de serem cristãs. Só em 2014, foram mortos quase cinco mil cristãos. O fenómeno verifica-se um pouco por todo o mundo, mas tem uma maior incidência em países como a Coreia do Norte, a Síria, o Iraque e a Nigéria.

Segundo o relatório anual da Open Doors, grupo internacional de apoio a cristãos, na Coreia do Norte, estima-se que haja entre 200 a 400 mil cristãos, dos quais 70 mil estão presos em campos de trabalho forçado, onde são torturados.

Síria, Iraque e Nigéria ocupam também lugares cimeiros nesta lista de países em que a violência contra cristãos é uma constante, assim como as restrições oficiais ou informais ao direito de exercerem a sua fé e de gozarem das mesmas liberdades civis que outros cidadãos.

O relatório da Open Doors aponta o fundamentalismo islâmico como a maior ameaça para os cristãos em 18 dos 20 países considerados. Na Síria e no Iraque, o terror instalou-se com o avanço do auto-proclamado Estado Islâmico (EI). Naqueles territórios, centenas de milhares de pessoas, a maioria cristãs, foram expulsas das suas casas, outras tiveram de se refugiar em países vizinhos, outras ainda foram raptadas, maltratadas e mortas.

Aquando dos ataques ao World Trade Center, em Nova Iorque, e à estação de metro, em Madrid, reivindicados pela Al-Qaeda, discutia-se a dificuldade de os Estados Unidos da América e do Ocidente lidarem com o terrorismo, já que se tratava de um inimigo sem rosto.

O Papa Francisco, um apologista da paz, o primeiro a defender que a guerra não se resolve com a guerra, já defendeu publicamente a necessidade «urgente» de enfrentar o fanatismo e o fundamentalismo do Estado Islâmico.

Como dizia Edmund Burke, «para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada». Os cristãos de vários países estão a ser dizimados porque as organizações inter-governamentais constituídas para garantir a segurança e tantas outras pessoas de boa vontade se mantêm em silêncio e sem fazer nada.

 

Elisabete Carvalho 

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