Há crianças que crescem rodeadas de escombros, sons de sirenes e rostos em pranto. Em Gaza, na Cisjordânia e noutras regiões marcadas pela guerra e pela injustiça, há meninos e meninas que vivem sem o direito de brincar em paz, de dormir tranquilos, de sonhar com o futuro.
Como cristãos, não podemos ficar indiferentes. O Evangelho convida-nos a reconhecer, em cada uma destas crianças, o próprio Jesus, que foi, também, uma criança perseguida, refugiada e vulnerável. Convida-nos, também, a dar-lhes a mão, ainda que à distância, com a oração, a solidariedade, o compromisso pela justiça e pela paz.
No coração da noite, há uma luz que resiste: a certeza de que Deus caminha connosco, também nos escombros da história. E de que o Espírito Santo nos anima a ser presença de compaixão, mesmo onde parece já não haver esperança.
Rezar pelas crianças esquecidas é um ato profundamente humano e cristão. É unir-nos ao Coração de Jesus, manso e humilde, que sofre com os pequenos e os inocentes. É pedir a graça de nunca nos habituarmos ao sofrimento dos outros. E de vivermos atentos, disponíveis, comprometidos, para que outros encontrem caminhos de paz, através do nosso testemunho.
Maria Betânia Ribeiro