O Papa pediu hoje, no final da audiência geral, aos peregrinos de língua portuguesa, que rezem pela unidade da Igreja, assinalando o “Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos”, que decorre de 18 a 25 de janeiro.
“Durante aqueles dias, intensifiquemos as nossas preces e penitências, para que se apresse a hora em que se realize plenamente o anseio de Jesus: «Abbá…, ut unum sint – que todos sejam um só!» Desça a bênção de Deus sobre os vossos passos e sobre as preces comuns pela reunificação da Igreja”, afirmou Francisco, insistindo, depois, na necessidade de rezar, com outras comunidades cristãs, para que todos sejam “uma única família”.
O Santo Padre referiu que “a intenção é amadurecer um testemunho comum, na afirmação da verdadeira justiça e no apoio aos mais pobres, através de respostas concretas, adequadas e eficazes”.
Na próxima sexta-feira, dia 18 de janeiro, Francisco vai presidir, pelas 17h30 (menos uma em Lisboa), à recitação de vésperas, na Basílica de São Paulo fora de muros, com representantes das Igrejas e comunidades cristãs presentes em Roma, assinalando assim o início desta jornada de oração.
No site do Vaticano, já estão disponíveis os contributos para o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos, preparados conjuntamente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas. O mote para este ano é “Procurarás a justiça, nada além da justiça” (Deuteronómio 16, 18-20).
Este ano, o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos foi preparado a pensar nos cristãos da Indonésia, um país em que 90% da população é muçulmana e 10% cristã, de tradições diversas. No meio da diversidade de etnias, linguagem e religião, os indonésios têm vivido pelo princípio de “gotong royong”, que é viver em solidariedade e colaboração. No entanto, esta frágil harmonia tem sido posta em causa sobretudo por motivos económicos e pela proliferação da corrupção, criando fortes divisões e injustiças e um enorme fosso entre ricos e pobres.
No documento disponibilizado pelo Vaticano lê-se que “a injustiça, do mesmo modo que ampliou as divisões que atingiram a sociedade indonésia, também alimentou divisões na Igreja”.
“Estamos arrependidos da injustiça que causa divisão, mas como cristãos também cremos no poder de Cristo para nos perdoar e nos curar. E assim, encontramo-nos unidos sob a cruz de Cristo, pedindo tanto a sua graça para por fim à injustiça como a sua misericórdia diante dos pecados que têm causado a nossa divisão”, menciona ainda o documento.
Foto: vaticannews.va