Este número marca a chegada ao volume 200 da nossa revista e assinala o início de um ano especial, pois celebramos o centenário da Brotéria enquanto projeto cultural e é sobre esse caminho que, no editorial, Manuel Cardoso, sj (Diretor-geral da Brotéria), nos fala, relembrando a evolução desta revista, que nasceu como “Brotéria, Fé-Ciências-Letras” em 1925. Hoje, mais do que nunca, a Brotéria continua a ser um espaço de diálogo entre a fé cristã e as culturas contemporâneas.
Entre os temas deste número, D. Diamantino Antunes, Bispo de Tete, partilha a sua perspetiva sobre a crise sociopolítica em Moçambique após as recentes eleições gerais de 2024. Num texto profundo, analisa as causas do descontentamento popular, como o desemprego juvenil e a corrupção, e aponta caminhos de reconciliação, com destaque para o papel da Igreja.
João Basto desafia-nos a olhar para a sinodalidade de forma ousada, como uma proposta política para a sociedade, utiliza a metáfora da Igreja como arquipélago e explora como este modelo relacional pode inspirar novas formas de convivência em tempos de polarização.
No artigo de Guy Consolmagno, sj, do Observatório do Vaticano, e que esteve em junho na Brotéria a participar nas conferências Eutopos, reflete-se sobre as motivações que levam os cientistas a dedicar as suas vidas à investigação. Entre as rotinas e os momentos de descoberta, identifica aquilo a que chama os momentos “Oh, meu Deus”, de verdadeira maravilha e encontro com o divino.
Ainda neste número, Paulo Silva Ramos escreve sobre o poder das palavras e a integridade que a etimologia nos devolve no texto “Res et Verba. Para uma ecologia da palavra”.
Há muito mais para descobrir neste número, que inclui também o anúncio de um marco importante: a publicação de uma nova série da revista dedicada às artes, com lançamento previsto para junho deste ano.