Quinta-Feira Santa, Missa Vespertina da Ceia do Senhor – Ano B
O momento central da nossa fé inaugura-se hoje, com a instituição da Eucaristia. Na véspera da sua morte, o Senhor celebra a Páscoa dos judeus com os seus amigos e abre um capítulo novo na história de Deus com a Criação: a redenção da Criação.
O amor de Deus pelo mundo inteiro revela-se na maneira como Jesus é, esta noite, ícone do Pai: o nosso Deus, Deus dos exércitos, Deus todo-poderoso, é um Deus todo-misericordioso, todo-amoroso, um Deus que se abaixa, lava e serve. Dois mil anos passados desde esta noite, e mesmo com uma multidão de testemunhas que seguiram o exemplo de Cristo e confirmam que é na vida oferecida que reside a verdadeira alegria, é-nos difícil acreditar num Deus assim.
Todos nós já vivemos a beleza deste lava-pés. Todos nós já experimentámos a força do perdão. Cada um de nós já entrou, ainda que tibiamente, neste mistério de salvação. Mas celebramos, uma vez mais, este mistério, porque somos conscientes de que precisamos de o revisitar muitas vezes para ganhar a sua forma.
Hoje, quando o sacerdote partir a hóstia consagrada, proclamemos com fé que acreditamos que aquele é o Cordeiro de Deus, e que o pecado é erradicado do mundo quando somos todo-amorosos, quando servimos os irmãos e somos sinal da misericórdia divina. Entremos com esta confiança no Tríduo Pascal. Deixemo-nos guiar pelo Cordeiro.
Ex 12, 1-8.11-14 / Slm 115 (116), 12-13.15-18 / 1 Cor 11, 23-26 / Jo 13, 1-15