Domingo IV da Quaresma – Ano B (Laetare)
É fácil confundir «facilidade» com «felicidade». Por vezes, preferimos escolher o que é aparentemente mais fácil, menos incómodo, na ilusão de que quanto menor o trabalho, maior será a alegria. Que suave e evidente engano. O caminho para a verdadeira alegria é trilhado quando abraçamos o bem, quando assumimos responsabilidade pelo outro, pelos nossos erros, pelo mundo, e não enjeitamos tarefas por serem inconvenientes.
É fácil ver como nos enrodilhamos em mentiras e mais mentiras para tentar evitar uma conversa difícil, quando tudo poderia resolver-se pedindo perdão. É evidente que por vezes guardamos segredo de dificuldades que se resolveriam facilmente se nos deixássemos ajudar por outro.
As pequenas cedências ao mal, à sombra, afastam-nos da luz. São obstáculos reais no caminho da verdadeira alegria. É isso que Jesus sublinha hoje, no Evangelho que escutámos. Ele pede-nos que sejamos luz, que pratiquemos a verdade, para que nos tornemos luz para os outros. E nisto reside toda a nossa alegria.
Não abracemos a sombra do mundo. Arrisquemos ser luz, ousemos ser reflexo da misericórdia de Deus. E vivamos a alegria de ser filhos do Pai, que confiam na verdade e no amor.
2 Cr 36, 14-16.19-23 / Slm 136 (137), 1-6 / Ef 2, 4-10 / Jo 3, 14-21