A conversão ecológica a que o Santo Padre se refere incessantemente ganha, neste mês, um significado especial. Vivemos o Tempo para a Criação, uma temporada de oração-ação ecuménica de defesa do meio ambiente, que decorre até 4 de outubro, dia de S. Francisco de Assis. Durante este período, somos chamados a dar o nosso testemunho de fé e a pôr em prática medidas audazes para preservar a Criação, dádiva que recebemos de Deus e que partilhamos uns com os outros (frequentemente, de forma desigual).
Existem várias estratégias possíveis. Uma delas parte da letra “R” e desdobra-se em cinco ações: a primeira é recusar, o que implica aprender a viver com menos e mais devagar, reduzindo. Reutilizar e Reciclar são medidas que já deveriam fazer parte do nosso dia a dia. O último “R” implica integrar no nosso estilo de vida algo que é mais complexo, mas ainda assim exequível: compostar (rot, em inglês). Este processo de reciclagem devolve à Terra os restos da comida que foi consumida para que se gere nova matéria orgânica.
Não há sustentabilidade possível na Terra sem reduzirmos a predação de recursos naturais e sem alterarmos os padrões de consumo. Isto implica, nomeadamente, poupar água, o recurso mais precioso para haver vida. A água é utilizada em praticamente todas a atividades humanas e é indispensável à sobrevivência dos seres vivos. Embora ocupe 70% da superfície do “planeta azul”, apenas 3% é água doce. Desta pequena percentagem, apenas uma pequena parcela está disponível para consumo.
Para garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos são necessários comportamentos responsáveis. Os exemplos que se seguem servem de referência para que se possa poupar água e dinheiro ao mesmo tempo:
– fechar bem as torneiras;
– fazer regularmente a leitura do contador da água;
– tomar duches em vez de banhos de imersão;
– instalar autoclismos com dispositivo de dupla descarga ou colocar uma garrafa com areia ou água no interior do reservatório, reduzindo, desta forma, a quantidade de água do caudal;
– utilizar as máquinas de lavar com a carga completa
– não deixar a torneira continuamente aberta quando lavar loiça à mão;
– cozer alimentos utilizando apenas a quantidade de água necessária para os cobrir e manter a panela tapada durante a cozedura, poupando, assim, tempo, água e energia;
– lavar o carro com um balde e esponja;
– aproveitar a água da chuva para lavar pavimentos ou regar plantas;
– optar por usar no seu jardim plantas típicas da sua região, pois estão mais adaptadas ao clima local e utilizam a água disponível de forma mais eficiente.
Por último, gostava de salientar que cabe a cada pessoa utilizar uma das características que nos distingue dos outros animais: a capacidade de refletir sobre estes assuntos. E, já agora, aproveitar para rezar pelo mundo criado pelo Pai e a nós confiado.
Betânia Ribeiro