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Educar para o amor

Portugal acordou nas últimas semanas com sucessivas notícias sobre casos graves de violência doméstica, que, desde o início deste ano, já resultaram na morte de doze pessoas, onze mulheres e uma criança de dois anos.

Números dramáticos que têm vindo a crescer, de tal forma que, este ano, foi decretado, pela primeira vez, a 7 de março, o “Dia de Luta pelas Vítimas da Violência Doméstica”. Um dia meramente simbólico a juntar a algumas alterações legais a que temos assistido desde 2000, altura em que o crime de maus-tratos passou de semi-público a público, ou seja, passível de ser denunciado por uma outra pessoa, com conhecimento de causa, para além da vítima.

Reprimir e punir este tipo de crime é muito importante mas muito mais importante é evitar que ele aconteça. Como? Atuando sobre as causas do problema. Tal como numa doença, a cura só é possível se debelarmos a origem do mal.

Santa Catarina de Sena dizia que “todo o mal é ausência de amor”. Esta é, para mim, a questão principal. A violência é um sinal de fraqueza e de desespero que resulta quase sempre de uma enorme falta de amor próprio e consequentemente pelos outros. Falta de amor desde o “berço” e falta de referências de amor ao longo da vida.

Há uma expressão popular que diz: “O que o berço dá, a tumba leva”, muito utilizada para expressar que o que se aprende em casa, desde que nascemos e ao longo da infância e adolescência, determina a nossa vida até à morte.

Por isso, a importância da educação desde bem cedo. Só acredito numa verdadeira mudança de mentalidades e comportamentos através de uma educação com amor e para o amor, que pressupõe respeito, valores, tolerância e dignidade.

Os valores-base de uma boa educação aplicam-se a meninos e meninas, que no futuro saberão respeitar o espaço, as características, as opções e as diferenças uns dos outros. Uma boa educação há muito que deixou de considerar que as meninas têm de ser “belas, recatadas e para o lar” e os que os meninos “não podem chorar” ou ocupar-se de tarefas domésticas e familiares porque isso os torna “menos meninos”. Os tempos evoluíram e as mentalidades têm de acompanhar os tempos e as circunstâncias.

Nelson Mandela defendia que “a educação é a melhor arma que podemos usar para mudar o mundo”. Mas é importante que esta arma seja usada por pessoas de bem e bem educadas.

Cabe a cada um de nós – pais, avós, educadores, professores – ensinar as crianças a lidar com os seus sentimentos, com as dificuldades e frustrações do dia a dia; transmitir-lhes, sobretudo através do exemplo, princípios e qualidades que as ajudem a ser adultos confiantes, corretos, com uma boa autoestima e capazes de trazer mais amor ao mundo.

 

Elisabete Carvalho

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