“Amou-nos” (Dilexit nos, em latim), foi o modo como o Papa Francisco escolheu abrir esta sua encíclica sobre a devoção ao Coração de Jesus. Ao fazê-lo, centra o leitor na mensagem essencial do Evangelho, que São Paulo resumiu afirmando que Cristo nos “amou” e se entregou por nós.
Esta é também a síntese desta encíclica sobre o Coração de Jesus, apresentado como um fio condutor da vida da Igreja, sobretudo nos seus santos, que, ao longo dos séculos, foram encontrando sempre formas novas de falar e, sobretudo, viver o mistério do amor de Deus pela humanidade simbolicamente expresso no coração de Jesus trespassado pela lança.
À luz dos ensinamentos dos santos – de entre os quais cabe destacar Santa Margarida Maria Alacoque, São Cláudio de La Colombière, São Carlos de Foucauld, Santa Teresa do Menino Jesus e São João Paulo II – o Papa Francisco reafirma que temas tão próprios da devoção ao Coração de Jesus como consolar e reparar têm um enorme alcance para a vida da Igreja e para o seu serviço ao mundo e, sobretudo, aos mais desfavorecidos.
Por isso, esta devoção não é uma relíquia do passado, mas uma fonte inesgotável de onde brota “aquele rio que nunca se esgota, que não passa, que se oferece sempre de novo a quem quer amar. Só o seu amor tornará possível uma nova humanidade”.