Domingo III da Quaresma – Ano B / Dia da Cáritas
Jesus surpreende-nos com a expulsão dos vendilhões do Templo. Ele raramente evita as polémicas, e é até bastante provocador em algumas das suas trocas de palavras com fariseus e doutores da Lei. Contudo, fazer um chicote com cordas e derrubar mesas parecem ações de outra pessoa.
É o zelo pela casa do Pai que leva Jesus a tomar estas medidas drásticas. Não é uma apologia da violência, mas sim a interrupção da lógica mercantilista do sacrifício. Ele não se afirma contra o Templo, que antes da vinda do Messias serviu bem o seu propósito, mas denuncia o negócio que se instalou em busca das graças de Deus. Ele não se insurge contra o dinheiro em si, mas contra uma lógica sacrificial centrada num «deve e haver», como se pudéssemos alcançar graças de Deus a partir de um sistema de trocas. Podemos, com as nossas ofertas, ajudar as comunidades cristãs a suportar as despesas e a ajudar outros. Mas não esqueçamos que a graça do Senhor é, e sempre será, gratuita.
O que Jesus deseja fazer com a expulsão dos vendilhões do Templo é abrir o templo a todos, é encontrar lugar para todos e não fazer depender a graça de uma troca comercial. O Senhor veio e não pede outro sacrifício que não seja o de um coração humilhado e contrito.
Ex 20, 1-17 ou 20, 1-3.7-8.12-17 / Slm 18 (19), 8-11 / 1 Cor 1, 22-25 / Jo 2, 13-25
