Domingo XXX do Tempo Comum – Ano C
Deus não faz aceção de pessoas, não julga pelas aparências, lê nos corações. Os homens gostam de se comparar uns com os outros e de se julgar mais perfeitos que o próximo. Vemos isso retratado na parábola do fariseu e do publicano.
O Senhor exorta-nos a sermos «perfeitos como o Pai celeste é perfeito» (Mt 5, 48). Perfeitos na misericórdia (Lc 6, 36). Não existe ninguém que não tenha defeitos, mas todos são chamados a corrigi- -los e a tender para a perfeição da caridade. Isso implica que se tome consciência dos erros e fraquezas a que sucumbimos e, com humildade, reconhecer que ninguém se pode considerar melhor que os outros e que não se pode diminuir, humilhar, desprezar, julgar e condenar sem piedade seja quem for. Especialmente se não se é detentor de um cargo de autoridade a que outros devam obediência e prestação de contas.
O fariseu era cumpridor escrupuloso das suas obrigações religiosas e cívicas e achava ter a consciência limpa de culpas ou infrações merecedoras de repreensão ou castigo. Todas as pessoas têm o seu lado bom, coisas louváveis e outras menos boas. Do fariseu lemos que, com presunção, desprezava os outros, considerando-os menos cumpridores. Sem humildade, não há santidade. Não basta ir à missa ao domingo, peregrinar e multiplicar as práticas ditas religiosas, se não se tem caridade.
Por sua vez, o publicano via bem, diante de Deus, como era fraco e como tinha cometido faltas graves de que se envergonhava e de que pedia perdão e misericórdia. O passado talvez o humilhasse, o tivesse tornado humilde, e a humildade é virtude que agrada a Deus e faz progredir no caminho da salvação.
Demo-nos conta do nosso lado bom, para o agradecermos a Deus e o fazermos frutificar em bons pensamentos, palavras e obras. Quanto ao lado negativo, que ele nos sirva de estímulo para sabermos compreender e perdoar as fraquezas do nosso próximo, deixando de nos atrever a ser juízes rigorosos dos nossos irmãos.
Santa Madre Teresa de Calcutá afirmou: «Não posso julgar nem falar mal duma pessoa, se não amo essa pessoa». Também disse: «É melhor desculpar do que acusar». Oxalá pudéssemos desabafar como ela: «Um pecado que nunca terei de confessar é o de ter condenado alguém». Façamos a opção de preferir ver o lado bom de toda a gente.
Sir 35, 15b-17.20-22a / Slm 33 (34), 2-3.17-19.23 / 2 Tim 4, 6-8.16-18 / Lc 18, 9-14





