Domingo XX do Tempo Comum – Ano C / Último Dia da Semana Nacional da Mobilidade Humana
«A vida do homem sobre a terra é uma luta» (Job 7, 1). Assemelha-se ao serviço militar. Sempre preparado para o combate, sujeito a sofrer ferimentos graves em combate, correndo risco de morte. Comportar-se como autêntico seguidor de Jesus, traz consigo a exigência de entrega total e de sacrifício, o que provoca situações dolorosas, provações e privações, morte ao egoísmo e a uma vida de comodismo.
É esta a mensagem que escutámos. Jesus fala de fogo que Ele próprio veio trazer e de um batismo a que se irá submeter. O fogo que aquece e inflama os corações (discípulos de Emaús!), também queima por dentro. A Palavra de Deus é como uma espada de dois gumes que fere e faz sangrar.
Foi o entusiasmo pela pessoa de Jesus que ateou nos santos a chama abrasadora que os impulsionou à doação total, através de muitas tribulações. Far-nos-ia muito bem ler vidas de santos, bem como folhear repetidamente os Evangelhos. Para amarmos o Senhor, temos de o conhecer. Então sentiremos que, atraídos pela ternura de Deus Pai, revelada e manifestada pela Palavra e pelos gestos concretos de Jesus, não podemos deixar de retribuir, sendo misericordiosos, testemunhas fiéis do Mestre que atraiu as nossas almas. Seremos capazes de amar os inimigos, de dar a vida pelos irmãos, sendo incompreendidos por muitos, e isso pode provocar divisão mesmo na família, mas será apostolado convincente, se perseverarmos no amor.
Batizado na água do Jordão, Jesus afirmou ter ânsia de consumar um segundo batismo: o de sangue, na Paixão e morte na cruz. O amor (ágape) dá força e sentido à luta (agonia). Opção a fazer: – rejeição/indiferença relativamente à mensagem cristã; ou aceitação gostosa das limitações humanas e fé inabalável na vitória da vida sobre a morte, se praticarmos o serviço gratuito ao próximo, inflamados pelo fogo ateado em nós pelo encontro íntimo e transformador com a pessoa de Jesus.
Jer 38, 4-6.8-10 / Slm 39 (40), 2-4.18 / Hebr 12, 1-4 / Lc 12, 49-53
