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Urgente, urgentíssimo

Recentemente foi assassinada em França uma senhora de idade, judia, que tinha estado nos campos de concentração nazis. A senhora foi assassinada por ser judia. Num passado ligeiramente mais longínquo, Jeremy Corbyn, o líder do Partido Trabalhista britânico, foi muito criticado por se ter manifestado contra a destruição em Londres de um mural cruamente antissemita e que era – se não era parecia – inspirado nos cartazes de propaganda nazi, em que se vê vários judeus sentados a uma mesa suportada por pessoas agachadas.

Em França os crimes contra os judeus têm vindo a crescer. (Estes crimes têm sido cometidos por fações radicalizadas de islamitas. Há estatísticas a prová-lo. Mas normalmente a polícia é lenta ou omissa a dar estas informações que são politicamente incorretas. No entanto, nós, os católicos – e cristãos – temos obrigação de «não favorecer indevidamente o pobre» (Levítico 19, 15).

Franjas da extrema-direita, na Europa de Leste e da extrema esquerda, na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, os chamados setores ativistas-progressistas, são contra os judeus ou declaram-se antissionistas ou contra o Estado de Israel. A propaganda da extrema-esquerda e da extrema-direita é contra o «poder» mundial dos judeus, contra os judeus do grande capital, é contra o Estado de Israel dizendo que o Estado de Israel foi conseguido à custa da guerra e dos corpos de quem lá estava antes.

É importante desmontarmos este argumento: todos os estados são construídos sobre os corpos de quem lá estava antes. Portugal foi construído sobre os corpos dos árabes. Nas guerras religiosas dos séculos XVI e XVII, muitos católicos foram pasto de protestantes, muitos protestantes foram pasto de católicos. Já para não falar dos países que surgiram em toda a África e no Médio Oriente ou depois da II Guerra Mundial. Os países sempre se fizeram com guerras. O leitor não se deixe iludir por esse argumento falacioso.

Está na altura de nós, católicos, termos uma posição muito clara e muito firme sobre os judeus. Os judeus são um povo irmão, especialmente próximo de nós. Jesus Cristo era judeu. Não podemos ir atrás de nada que seja contra os judeus. Claro que podemos não estar de acordo com algumas políticas do Estado de Israel. O que não podemos é pôr em causa o Estado de Israel. E também devemos ter em conta que os judeus se especializaram na finança por causa das perseguições na Europa. Como andavam sempre de um lado para o outro, não tinham imóveis mas levavam aquilo que podiam, que era dinheiro.

É urgente, urgentíssimo termos uma posição firme. O sentimento antijudaico na Europa está como um vulcão a borbulhar. Compete-nos fazer com que o vulcão não entre em erupção.

 

P.S. – Este artigo não é politicamente correto. Nós, os católicos, e cristãos, só devemos lealdade à verdade.

 

Gonçalo Miller Guerra, sj

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