A “inesquecível” Via-Sacra da JMJ Lisboa 2023 está agora disponível em livro, apresentado ontem, 28 de fevereiro, no Santuário de Cristo Rei, em Almada. A sessão contou com a presença do P. Nuno Coelho, da direção da Fundação JMJ Lisboa 2023, do P. Nuno Branco, sj, autor dos desenhos/painéis, do P. João Goulão, sj, coordenador dos textos, e de Matilde Trocado, diretora artística.
O livro revisita “uma Via-Sacra inesquecível” com “textos tão simples e tão belos”, afirmou o P. Nuno Coelho, recordando aquele “evento impactante”, que se realizou a 4 de agosto de 2023, no Parque Eduardo VII, e que tão bem retratou “a situação delicada que o mundo vive”.
A arte e a estética na relação com Deus
Para Nuno Branco, sj, criar os desenhos foi “um exercício que exigiu mais humildade do que coragem”. Na opinião do sacerdote jesuíta, na nossa relação com Deus, procuramos “a lógica, a razão, as virtudes e os valores, mas falta-nos a parte estética”.
“Falta na vida cristã a dimensão estética e artística” e a arte proporciona momentos de encontro com Deus, referiu o P. Nuno Branco, explicando que nas estações em que meditamos as três quedas de Jesus, o livro extravasa a dimensão estandardizada e desdobra-se precisamente para mostrar “o excesso de amor de Jesus por nós”.
A diretora artística confessou uma “enorme alegria” por ver a Via-Sacra da JMJ perpetuada em livro. Matilde Trocado realçou que quando se cria um espetáculo, há dois aspetos importantes: o efémero e a arte colaborativa.
Por norma, quando o espetáculo termina, acaba tudo ali. Cria-se um vazio. É algo efémero. Este livro “quebra o efémero” da Via-Sacra da JMJ. Por outro lado, mencionou Matilde Trocado, a Via-Sacra foi “um processo artístico muito denso e a muitas mãos”. Houve uma equipa que se foi multiplicando e “este livro carrega consigo muitos rostos, muitas mãos, muitas alegrias e até dificuldades”.
Via-Sacra da JMJ “não é um mero livro”
O P. João Goulão, sj, diretor do CUPAV – Centro Universitário Padre António Vieira e coordenador dos textos da Via-Sacra da JMJ, referiu que pensar numa experiência que levasse milhares de pessoas “a viver o mistério da vida de Jesus e sobretudo a contemplá-lo” foi “um desafio monumental”. Agora, a ideia é que este livro “nos vá conduzindo na experiência contemplativa, através da beleza, da fragilidade e da organicidade do próprio livro”.
Um livro que, de acordo com o diretor da Editorial Apostolado da Oração, P. António Sant’Ana, sj, toca a beleza e a fragilidade e é para ser usado em momentos de oração pessoal e celebrações comunitárias. A arte transposta para as imagens ajuda-nos a contemplar e a meditar as várias estações da Via-Sacra.