A Quaresma deste ano está à porta. Com o aproximar deste tempo favorável, muitos propõem-se a cumprir determinados propósitos, nomeadamente a ter tempos de oração maiores e mais intensos, a renunciar a algum alimento supérfluo e a entregar a quem mais precisa o resultado da sua renúncia.
Anualmente, os cristãos são convidados a viver estes 40 dias de modo diferente dos restantes dias e meses do ano e, com mais ou menos convicção, muitos continuam a cumprir gestos e preceitos recomendados.
O jejum, a esmola e a oração que nos são propostos neste tempo não devem, no entanto, ser meros comportamentos exteriores. Devem, sim, ser algo que nos aproxima mais de Deus, que nos torna mais sensíveis à presença d’Ele na nossa vida e na vida dos outros, e que nos leva a viver mais ao estilo de Jesus.
Nestes dias que antecedem a Quarta-Feira de Cinzas, paremos um pouco para pensar naquilo que podemos concretizar para que a Quaresma seja plenamente vivida. Não tenhamos receio de definir objetivos concretos, que possamos posteriormente ir avaliando, de modo a ver se estamos a ser fiéis àquilo que nos propusemos.
Na esperança de que o jejum, a esmola e a oração nos transformem verdadeiramente, não façamos destas semanas que se avizinham um tempo em que andamos com uma expressão sisuda porque temos de cumprir determinados preceitos.
Encaremos a Quaresma com um sorriso que possa contagiar outros, levando-os a perceber o verdadeiro sentido deste tempo de preparação para as celebrações pascais. Aceitemos, sem reservas, tomar “o remédio doce da oração, da esmola e do jejum”, como refere o Papa Francisco na Mensagem para a Quaresma 2018, na certeza que este remédio nos ajudará a progredir na sempre necessária conversão do coração ao Evangelho.
Cláudia Pereira