A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reforçou o apelo à tomada de medidas que previnam a ocorrência de fogos florestais. Segundo o presidente da CEP, D. Manuel Clemente, a população não se pode conformar e o problema tem de ser resolvido “de raiz”. Caso contrário, “nunca mais” se resolve esta questão.
“Parece que nos conformamos a ter uma época de incêndios. Não temos nada de ter uma época de incêndios”. Segundo D. Manuel Clemente, “outros países que também têm florestas, até maiores do que as nossas, e terrenos de difícil acesso resolveram o problema de outra maneira, com uma atenção permanente à limpeza das matas e ao ordenamento florestal”. A floresta “é um bem de primeiríssima ordem que não pode ficar à vontade ou à falta de vontade de cada um”, frisou.
Depois de ter emitido, em abril, uma nota pastoral dedicada à prevenção dos incêndios, a Conferência Episcopal, reunida nas suas Jornadas Pastorais e em Assembleia Plenária extraordinária, emitiu uma mensagem, solidarizando-se com as vítimas dos incêndios, na qual reafirma a necessidade “de medidas mais preventivas, concretas e concertadas sobre esta calamidade que todos os anos atinge o nosso país”.
Os bispos portugueses acompanham “com dor, preocupação solidária e oração a dramática situação dos incêndios que provocaram numerosas vítimas e que estão a causar enorme devastação no país”. Na mensagem, os prelados manifestam o reconhecimento e apoio aos bombeiros, organizações de socorro e voluntários, que desenvolvem esforços “para salvar vidas, minorar danos e evitar a perda de pessoas e de bens, mesmo à custa de canseiras e riscos pessoais”.
A propósito da onda de solidariedade gerada pela situação dos incêndios em Portugal, D. Manuel Clemente não se mostrou surpreendido. “Tenho a melhor ideia do povo que somos, não só neste momento, mas noutros momentos. Quando há uma causa urgente, o português trabalha com o coração inteiro”.
Partindo das comunidades cristãs, Cáritas Diocesanas, Cáritas Portuguesa e outras instituições eclesiais, os bispos participam “no esforço de acudir às vítimas, providenciar meios de primeira necessidade e colaborar no ressurgir da esperança, da solidariedade e do alento para reconstruir a vida e o futuro”. E fazem um apelo às comunidades cristãs e a quem se queira associar, no sentido de dedicar “a oração, o sufrágio e o ofertório do primeiro domingo de julho a esta finalidade”, enviando o resultado desta partilha para a Cáritas Portuguesa, “a fim de ser encaminhado com brevidade para aqueles que necessitam”.
(Fontes: CEP / Renascença)