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Produtos não nascem no supermercado

1. Vamos a casa de um familiar ou amigo e somos convidados a tomar uma refeição. À mesa servem-nos uma sopa de legumes e, a acompanhar o prato principal, uma salada com produtos frescos. Entre conversas e troca de recordações, vamos ingerindo os alimentos sem pensarmos no “caminho” que eles fizeram até chegar ao nosso prato.

2. Hoje decidimos ir às compras e abastecer a casa de produtos frescos. Olhamos para as prateleiras e, rapidamente, porque temos pressa para fazer mais “mil e quinhentas coisas”, enchemos os sacos plásticos com alfaces, couves, cenouras, maçãs, laranjas, etc. Despachamo-nos a pagar e quando chegamos a casa arrumamos rapidamente tudo no frigorífico e na fruteira. No meio de tanta correria, nem temos tempo para pensar que os produtos “não nascem no supermercado”.

3. O caminho dos produtos hortofrutícolas desde a terra até à nossa casa não é tão simples quanto isso. E nem sempre nos apercebemos da sua complexidade. Aquela peça de fruta ou aquele legume está ali mesmo à nossa frente com tão bom aspeto que nem nos lembramos que uma ou várias pessoas tiveram que suportar as vicissitudes e agruras do tempo para os semear, tratar e colher. Basta fazermos a experiência de cultivar uma pequena horta ou pedaço de terra em nossas casas para vermos o trabalho inerente à produção agrícola. Multipliquemos isso várias vezes, para vermos o trabalho que um pequeno agricultor tem para colher os produtos da terra.

4. Aprendamos, pois, a valorizar mais o trabalho daqueles e daquelas que diariamente dedicam o seu tempo ao trabalho no campo e aplicam o seu saber na produção agrícola, sem a ajuda de grandes meios mecânicos, que possam substituir a sua força motora.

5. Da próxima vez que comprarmos ou comermos produtos do campo, sobretudo os que são fruto do trabalho dos pequenos agricultores, lembremo-nos do esforço que alguém fez para que aquela peça de fruta ou aquele legume chegasse até nós.

 

Cláudia Pereira

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