No primeiro dia de cada ano, por iniciativa do Papa Paulo VI, celebra-se a paz, a causa mestra, aquela que atravessa os tempos e as fronteiras, que passou de actual a urgente, que compete a todos, mas continua a ser uma utopia para muitos.
Como dizia João Paulo II (Mensagem Dia Mundial da Paz 2004), a «paz é possível», «é um dever», «uma obrigação». O que é necessário é educar para a paz, tendo como base a verdade, a justiça, o amor e a liberdade.
Indiscutivelmente, a educação para a paz começa em casa, em família o palco principal para a interiorização de valores e de normas sociais. A educação “de berço” tem um reflexo natural na conduta de cada um e influencia a forma de estarmos na vida e de nos relacionarmos com os outros.
A paz aprende-se, mas depois cultiva-se. Não basta que sejamos meros teóricos da paz. A Humanidade precisa de agentes de paz, de acções concretas que promovam o diálogo, o entendimento, seja na família, na escola, no trabalho ou em sociedade.
Há quem encare a paz como algo abstracto ou como um fenómeno macro, da responsabilidade dos Estados e das grandes instituições mundiais, como a ONU. Mas a paz também se faz de pequenos gestos, no dia-a-dia, que contribuem para debelar injustiças, discórdias, conflitos e sofrimentos de quem vive ou trabalha ao nosso lado.
O Papa Francisco, um notável defensor e precursor de uma cultura de diálogo e de paz, denunciou recentemente o silêncio cúmplice de tantos perante a guerra e os graves conflitos que persistem em vários países do mundo. Tantos que podem interferir a favor da paz, mas preferem remeter-se ignobilmente ao silêncio perante o sofrimento, destruição e a morte de milhares de pessoas.
Da mesma forma, nos tornamos cúmplices de situações graves que surgem no quotidiano quando não intervimos no sentido do diálogo, da justiça, da paz.
Não esqueçamos que a paz é antídoto de todos os males e misérias. E por isso é uma causa mestra, que precede todas as outras causas.
Que 2015 seja um ano de paz!
Elisabete Carvalho