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Papa propõe oração, esmola e jejum para combater o resfriamento do amor

O Papa Francisco convida, sobretudo os membros da Igreja, “a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração”, lembrando que se por vezes o amor parece apagar-se em muitos corações, ele “não se apaga no coração de Deus!”. Ele dá-nos sempre novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar. A ideia é defendida na Mensagem para a Quaresma 2018, inspirada na frase do Evangelho de São Mateus “Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos” (Mateus 24, 12).

Francisco destaca a realização, a 9 e 10 de março, da iniciativa “’24 horas para o Senhor’, que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística”. “Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental”, explica o Sumo Pontífice.

O Santo Padre alerta para a existência de “falsos profetas”, que se aproveitam “das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem” e que “oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições”, mas que “são remédios que se mostram completamente ineficazes”. “Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso, como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar”, reforça o Papa.

Neste contexto, “cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem”.

Procurando perceber “os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós”, Francisco afirma que “o que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro”. Depois “vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n’Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos”.

“Tudo isto se permuta em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas ‘certezas'”, afirma, focando, neste contexto, “o bebé nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expectativas”.

De acordo com o Papa, “a própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento do amor”. Neste campo, Francisco aponta a existência da terra “envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses”, dos mares poluídos que guardam “os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas” e dos céus “sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte”.

Na Mensagem, o Santo Padre afirma ainda que o amor se resfria também nas nossas comunidades. A “acédia egoísta, o pessimismo estéril, a tentação de se isolar empenhando-se em contínuas guerras fratricidas, a mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário” são, segundo o Papa, “os sinais mais evidentes desta falta de amor”.

Um remédio doce

Detetando, “no nosso íntimo e ao nosso redor” estes sinais, “saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja (…) nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum”.

“Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos, para procurar finalmente a consolação em Deus”.

Por outro lado, “a prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão” e que aquilo que cada um possui “nunca é” apenas seu.

Segundo o Papa, “o jejum tira força à nossa violência” e “desarma-nos”, sendo, por isso, “uma importante ocasião de crescimento”. O jejum permite “experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário”, “expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus”, “desperta-nos” e “torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo” e “reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome”.

Francisco gostava que a sua mensagem “ultrapassasse as fronteiras da Igreja Católica”, alcançando todos os homens e mulheres de boa vontade, “abertos à escuta de Deus”. “Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sentido da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente connosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos!”.

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