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Papa Francisco na Irlanda pede revolução do amor

O Papa Francisco visitou este fim de semana a Irlanda, no âmbito do 9.º Encontro Mundial das Famílias, uma viagem que ficou marcada por dois pedidos do Santo Padre: Francisco quer que no seio das famílias haja uma «revolução do amor» e pediu perdão pelos abusos sexuais contra menores, cometidos por membros do clero e religiosos.

Durante um encontro com noivos e casais, na Protocatedral de Santa Maria, em Dublin, o Sumo Pontífice afirmou que o mundo atual, onde impera a cultura do efémero e do descartável, ao nível das relações humanas e da atitude para com os mais frágeis e pobres, precisa de uma «revolução de amor», que deve começar nas famílias. «O mundo diz-nos para sermos fortes e independentes, preocupando-nos pouco com aqueles que estão sozinhos ou tristes, rejeitados ou doentes, que ainda não nasceram ou estão moribundos. O nosso mundo precisa de uma revolução de amor! Que esta revolução do amor comece por vós e pelas vossas famílias».

Num momento de festa com famílias de todo o mundo, no Croke Park Stadium (Dublin), que marcou o encerramento do primeiro dia desta 24.ª viagem apostólica internacional do pontificado, o Santo Padre deixou uma mensagem de proximidade e confiança a todos os casais e esposos cristãos. «Vós, famílias, sois a esperança da Igreja e do mundo»!

Francisco defendeu que a proteção da família é essencial para a paz no mundo. «A família é a coesão da sociedade: o seu bem não pode ser dado como garantido, mas deve ser promovido e tutelado com todos os meios apropriados».

Nesta deslocação do Santo Padre esteve também em destaque a situação política e social no território irlandês, ainda muito marcado pelo histórico conflito com a Irlanda do Norte. Francisco saudou os 20 anos de paz alcançados a partir do chamado Acordo da Sexta-Feira Santa e expressou o seu desejo de o processo de paz superar «qualquer obstáculo que ainda reste» e favorecer «o nascimento de um futuro de concórdia, reconciliação e confiança mútua» entre estes dois países.

O próximo Encontro Mundial das Famílias realiza-se em Roma, em 2021, coincidindo com o quinto aniversário da Exortação Apostólica A Alegria do Amor.

 

«Perdão» pelos abusos sexuais contra crianças

O Papa frisou o empenho em combater os «crimes repugnantes» cometidos por membros do clero e religiosos contra crianças, lembrando os casos que aconteceram na Irlanda e noutros países, e reconheceu a incapacidade de a Igreja Católica lidar de forma definitiva com esses crimes.

Na Missa de encerramento do Encontro Mundial das Famílias, no Phoenix Park (Dublin), na presença de centenas de milhares de pessoas, de mais de cem países (incluindo Portugal), o Papa pediu «perdão pelos abusos na Irlanda, pelos abusos de poder e de consciência, abusos sexuais por parte de membros qualificados da Igreja. De modo especial, pedimos perdão pelos abusos cometidos em vários tipos de instituições dirigidas por religiosos, religiosas e outros membros da Igreja».

Francisco, que enfrentou manifestações de protesto contra a atuação da hierarquia católica nos casos de abusos sexuais de menores, reconheceu os esforços feitos pelos bispos, para «enfrentar» com «honestidade e integridade» um momento que é «doloroso» para a história da Igreja.

O programa desta viagem de 32 horas incluiu um encontro com oito vítimas irlandesas de abusos por parte de membros do clero, religiosos e membros de instituições. O Papa disse ter sofrido muito com os relatos que ouviu e criticou a prática de entregar para adoção filhos de mães solteiras, que lhes eram retirados. Todos, na Igreja, quando têm conhecimento destes casos, devem «falar de imediato. Muitas vezes são os pais a encobrir o abuso de um padre, porque não acreditam no filho ou na filha. É preciso falar», frisou.

As vítimas dos orfanatos pediram ao Papa para promover o reencontro entre mães e filhos e para pedir às congregações responsáveis por estas casas para admitirem os erros cometidos e pagarem indemnizações. No encontro foram lembradas as cerca de cem mil mães solteiras forçadas a separarem-se dos filhos e convencidas de que era pecado mortal tentar contactá-los.

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