Celebra-se no próximo domingo, dia 21 de abril, o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Na sua Mensagem para esta data, o Papa convida-nos a ser peregrinos da esperança e construtores da paz. Mas o que significa ser peregrino? Francisco explica: “ser peregrino significa partir todos os dias, recomeçar sempre, reencontrar o entusiasmo e a força de percorrer as várias etapas do percurso que, apesar das fadigas e dificuldades, sempre abrem diante de nós novos horizontes e panoramas desconhecidos”.
Na Mensagem, o Santo Padre sublinha que o sentido da peregrinação cristã é “estar em caminho à descoberta do amor de Deus, e ao mesmo tempo, à descoberta de nós mesmos, através de uma viagem interior, mas sempre estimulados pela multiplicidade das relações”, ou seja, “peregrinos chamados a amar a Deus e a amar-nos uns aos outros”.
Segundo o Papa, “a finalidade de cada vocação é tornar-se homens e mulheres de esperança. Como indivíduos e como comunidade, na variedade de carismas e ministérios, todos somos chamados a «dar corpo e coração» à esperança do Evangelho, num mundo marcado por grandes desafios”.
Para Francisco, os principais prendem-se com o avanço ameaçador de uma terceira guerra mundial aos pedaços, as multidões de migrantes à procura de um futuro melhor, o aumento constante de pobres e o perigo de comprometer irreversivelmente a saúde do planeta.
A vocação nas diferentes dimensões
O Papa considera que o Dia Mundial das Vocações é uma boa ocasião para recordar, com gratidão, diante do Senhor o compromisso fiel, quotidiano e muitas vezes escondido daqueles que abraçaram uma vocação que envolve toda a sua vida.
Francisco refere-se, em concreto, “às mães e pais que não olham primeiro para si mesmos, mas “organizam a sua existência cuidando das relações com amor e gratuidade, abrindo-se ao dom da vida e pondo-se ao serviço dos filhos e seu crescimento”.
Aponta também “todos aqueles que realizam, dedicadamente e em espírito de colaboração, o seu trabalho” e os que “em diferentes campos e de vários modos, se empenham por construir um mundo mais justo, uma economia mais solidária, uma política mais equitativa, uma sociedade mais humana, isto é, em todos os homens e mulheres de boa vontade que se dedicam ao bem comum”.
A esta lista acrescenta “as pessoas consagradas, que oferecem a sua existência ao Senhor, quer no silêncio da oração, quer na atividade apostólica, às vezes na linha de vanguarda e sem poupar energias, servindo com criatividade o seu carisma e colocando-o à disposição de quantos encontram”.
O Santo Padre fala também daqueles “que acolheram a chamada ao sacerdócio ordenado, se dedicam ao anúncio do Evangelho, repartem a sua vida – juntamente com o Pão Eucarístico – pelos irmãos, semeiam esperança e mostram a todos a beleza do Reino de Deus”.
Nesta Mensagem, o Papa não esqueceu os jovens, especialmente os que se sentem distantes ou olham a Igreja com desconfiança, e pede-lhes que se deixem “fascinar por Jesus, dirigi-Lhe perguntas importantes, através das páginas do Evangelho”.
“Deixai-vos desinquietar pela sua presença que sempre nos coloca, de forma benfazeja, em crise. Ele respeita mais do que ninguém a nossa liberdade, não Se impõe mas propõe-Se: dai-Lhe espaço e encontrareis a vossa felicidade no seu seguimento e, se vo-la pedir, na entrega total a Ele”, remata Francisco.
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