Vivemos neste mês de maio um acontecimento excecional em Portugal, a celebração dos 100 anos das Aparições de Fátima, à qual ainda se acresce a tão esperada vinda do Papa Francisco, como peregrino, ao «Altar do Mundo». Fátima marcou indiscutivelmente o rosto da Igreja em Portugal e afirmou-se, desde os seus inícios, como uma mensagem profética e de esperança para todo o mundo, em tantas circunstâncias históricas, a maioria marcada por acontecimentos dramáticos.
Na sua providência e no seu modo de Se aproximar dos seus filhos, Deus escolhe meios para nos comunicar algo acerca de Si, do seu amor e da sua vontade. A mensagem de Fátima é-nos comunicada através de Maria e pelos relatos de três crianças, pobres e humildes pastores. Faz parte de Deus querer comunicar em cada tempo a graça da sua presença e a força transformadora do Evangelho de Jesus. Desde o início do Cristianismo, os lugares privilegiados de revelação não são os centros de poder, os grandes meios económicos ou as praças mediáticas. É nos lugares onde, aparentemente, nada poderia acontecer de importante que Deus Se revela: a começar em Belém e a terminar na cruz. E, nesta pobreza, o Evangelho manifesta quem Deus é.
Em Fátima, Maria aponta toda a história para Jesus e cada um, no modo que é capaz, é convidado a fazer esta peregrinação. Encontrar a totalidade do sentido da vida em Jesus, na pertença à Igreja, é certamente o grande milagre de Fátima.
O Papa Francisco vem como peregrino ao nosso país, colocar aos pés de Maria as suas intenções pessoais e as intenções do mundo e da Igreja que traz no seu coração. Como Apostolado da Oração, procuremos viver ainda mais, neste mês, a nossa dedicação e união ao Santo Padre, oferecendo, com Maria, tudo o que somos, para bem de todos os filhos de Deus.
P. António Valério, sj
in Mensageiro do Coração de Jesus, maio 2017
