Apenas o silêncio poderá dar espaço à escuta de coisas importantes. O ruído dispersa, os afazeres diários distraem. Mesmo a enorme vontade de viver com atenção a Quaresma e a Páscoa vai sentindo as dificuldades próprias de um dia-a-dia agitado entre actividades e preocupações. Mas é necessário o silêncio, especialmente nestes dias que se aproximam. Estamos a chegar ao Tríduo Pascal, onde, em três dias, se concentra uma série de acontecimentos que despertam atitudes de desconcerto, espera e profunda alegria.
O Sábado Santo é um tempo longo para se dar conta do inexplicável, o silêncio próprio da experiência da morte, diante da qual ficamos sem palavras, numa aceitação difícil da condição frágil de todos nós. Mas não é um silêncio desesperado, é pacífico, alimentado por uma secreta esperança. Que não se sabe o que é, apenas convida a deixarmo-nos guiar, aceitar e acolher.
E chega aos nossos ouvidos o anúncio mais extraordinário de todos os tempos: Aquele que foi crucificado, está vivo, ressuscitou! É o motivo principal na verdade, o único motivo da nossa alegria cristã.
Vivamos esta Páscoa no silêncio atento do coração, mergulhados na esperança, e deixemo-nos ressuscitar com Cristo. Por muito que a vida nos diga o contrário, a Ressurreição e a Vida são as palavras finais de Deus. Não nos podemos esquecer disso.
Nesta alegria, o Secretariado Nacional do Apostolado da Oração deseja uma Santa Páscoa a si e a toda a sua família.
António Valério, sj