O irmão Roger, fundador da comunidade de Taizé, insistia na necessidade de colocar a Bíblia no centro dos encontros com os jovens. O facto foi recordado pelo irmão Alois, actual prior da comunidade que reúne uma centena de monges católicos e de diferentes origens protestantes.
Na abertura do colóquio sobre o contributo do irmão Roger para o pensamento teológico, a 31 de Agosto, o irmão Alois acrescentou que o fundador de Taizé preenchia a sua própria reflexão com referências e temas bíblicos.
O colóquio, que decorreu toda a semana passada na aldeia da Borgonha (França), foi encerrado pelo cardeal Walter Kasper, ex-responsável do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
Esta iniciativa foi a última das que, durante este Verão, assinalaram em Taizé as três datas aniversárias deste ano: o centenário do nascimento de Roger Schutz (12 de Maio de 1915), os 75 anos da sua chegada a Taizé (20 de Agosto de 1940) e os dez anos da sua morte (16 de Agosto de 2005).
No início de Julho, a comunidade propôs uma semana de reflexão sobre a actualidade da vocação monástica ou religiosa. Cerca de 350 jovens, mulheres e homens, oriundos de comunidades católicas, ortodoxas e protestantes de 52 países participaram na iniciativa (algumas intervenções podem ser consultadas no endereço http://taize.fr/pt_article19325.html).
Entre 9 e 16 de Agosto, cerca de seis mil jovens e jovens adultos participaram no encontro Por uma Nova Solidariedade. O objectivo era debater novas formas de intervenção dos jovens, sempre a partir de uma vida interior e de uma espiritualidade renovadas. Áreas como o compromisso pela justiça, a intervenção política e social, o aprofundamento bíblico ou a participação na vida eclesial, entre outras, estiveram presentes num conjunto de centena e meia de iniciativas diferentes (debates, intervenções artísticas, meditações) realizadas durante a semana.
No núcleo da reflexão proposta, estão três palavras centrais em Taizé, escolhidas para tema destes próximos anos: a misericórdia (2015-16), a alegria e a simplicidade.
Redescubramos a bondade de Deus e a bondade humana; elas são mais profundas do que o mal! Através delas, atingimos o coração da mensagem de Cristo. Foi neste espírito de Evangelho que o Papa Francisco lançou um ano da misericórdia: todos são chamados a reflectir, através da sua vida, o perdão e a compaixão sem limite de Deus., escreve o irmão Alois, na carta onde apresenta o tema da misericórdia.
Texto: António Marujo (jornalista do religionline.blogspot.pt)
Imagem: Wiesa Klemens
Nota: autor escreve segundo a anterior nota ortográfica