Há 821 milhões de pessoas no mundo que passam fome, especialmente em África e na América do Sul. Um número alarmante, divulgado pela ONU, que convém reter neste Dia Mundial da Alimentação.
Diz o Papa, na Mensagem para este Dia, que “este não pode ser simplesmente mais um Dia, contentando-nos com recolher informações ou satisfazer a nossa curiosidade. Devemos «tomar dolorosa consciência, ousar transformar em sofrimento pessoal aquilo que acontece ao mundo e, assim, reconhecer a contribuição que cada um lhe pode dar» (Carta Encíclica Laudato si’, 19)”.
“De nós, os pobres esperam uma ajuda eficaz que os tire da sua prostração, e não meros propósitos ou convénios que, depois de estudar detalhadamente as causas da sua miséria, tenham como único resultado a celebração de eventos solenes, compromissos que nunca se concretizam ou vistosas publicações destinadas a engrossar os catálogos das bibliotecas”, refere o Santo Padre, na Mensagem.
Francisco defende que “a luta contra a fome reclama imperiosamente um financiamento generoso, a abolição das barreiras comerciais e sobretudo o aumento da resiliência face às alterações climáticas, às crises económicas e aos conflitos armados”.
O Papa realça ainda que “passar das palavras à ação na erradicação da fome não requer apenas decisão política e planos operacionais; é necessário também superar uma abordagem reativa, para passar a uma visão proativa”.
“Precisamos de desenvolver uma abordagem mais proativa e mais constante no tempo, precisamos de aumentar os fundos destinados à promoção da paz e do desenvolvimento dos povos. Precisamos de silenciar as armas e o seu pernicioso comércio, para escutar a voz daqueles que choram desesperados por se sentir abandonados à margem da vida e do progresso. Se queremos verdadeiramente que a população mundial adote esta perspetiva, é essencial que a sociedade civil organizada, os meios de comunicação e as instituições educacionais unam as suas forças na justa direção”, adverte o Santo Padre.