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Mais do que as palavras, os gestos!

Chegou ao Vaticano há três anos, e, desde a primeira hora, não parou de surpreender o mundo e até a própria Igreja que o escolheu para sucessor de Bento XVI. Mario Jorge Bergoglio, inspirado em São Francisco de Assis, adotou como Papa o nome de Francisco. A inspiração não se refletiu apenas no nome. O agir de Francisco identifica-se muito com o de Francisco de Assis. Nas palavras e nas obras.

São Francisco de Assis não se fechou em conventos como era comum nos religiosos do seu tempo, viveu em pregação itinerante. Renovou o catolicismo da altura, reconheceu os problemas dos seus semelhantes e de toda a Humanidade. Dedicou-se aos mais pobres dos pobres. Amou todas as criaturas chamando-as de irmãs.

Francisco marca o seu pontificado pela espontaneidade face aos protocolos, desde logo, o do Vaticano. Decidiu, por si só, onde e como queria viver. Trocou o palácio do Vaticano pela Casa de Santa Marta. Não alterou as maneiras, nem abdicou de grande parte das rotinas que tinha enquanto arcebispo de Buenos Aires. Teima em quebrar as regras de segurança para ir ao encontro e deixar que o encontrem. Afirma-se pela simplicidade e pela abertura constante. Pela alegria e pela ternura do abraço.

Este último Francisco não desiste da paz e do diálogo, do encontro e da proximidade. Insiste em ir às periferias e condena, numa linguagem que todos entendem, os males e os malfeitores do mundo, sejam políticos, criminosos, poderosos ou gente da Igreja. As questões sociais, ecológicas e humanitárias têm estado no centro do seu pontificado, particularmente os refugiados, os sem-abrigo, os presos, os idosos abandonados, as vítimas de tráfico humano e de perseguição religiosa. Tem pugnado pelo diálogo ecuménico, chama de irmãos os demais líderes religiosos e todas as pessoas de boa vontade. Exortou o mundo para a importância do amor e da alegria em família e para a necessidade de defender o planeta.

O Papa que veio “do fim do mundo” não se fica pelas palavras. Avança para gestos mesmo que sejam contra a corrente. São exemplo disso a paragem inesperada no Muro das Lamentações para rezar, durante a viagem apostólica à Terra Santa; o encontro, em Cuba, com o Patriarca Ortodoxo de Moscovo; os reiterados e humildes pedidos de comunhão plena entre católicos e ortodoxos. Mais recentemente, fez-se acompanhar pelo Patriarca Ecuménico de Constantinopla e pelo Arcebispo Ortodoxo de Atenas a um campo de refugiados na ilha grega de Lesbos, para falarem a uma só voz ao mundo sobre esta «crise de humanidade». No final, regressou ao Vaticano com três famílias muçulmanas refugiadas. Mais que as palavras, os gestos.

Que a Igreja e o mundo se alinhem pelo exemplo de Francisco, seja o de Assis, seja o atual sucessor de Pedro.

 

Elisabete Carvalho

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