Via Lucis com Maria, editado pelo Apostolado da Oração e pelo Passo-a-Rezar, provoca o leitor a olhar Cristo ressuscitado através do campo de visão (e de percepção) de Maria. Apresentado em Braga e em Lisboa, a 8 e 11 de abril, o “livrinho” de orações tocou de maneira especial os responsáveis pela apresentação e o público presente pela ternura maternal e pelo infinito amor que transmite.
Em Braga, o livro foi apresentado por Suzana Gonçalves professora universitária e membro do Centro Académico de Braga (CAB) e contou com a presença do autor, Pe. António Valério, sj, e da diretora do CAB, Rita Fernandes.
Segundo Suzana Gonçalves, a Via Lucis com Maria “conduz de uma forma carinhosa à alegria e paz da Ressurreição”.
A docente universitária classificou como “ternurento” e “amoroso” o comentário breve existente em cada estação, um comentário “feito” por Maria. “Uma mãe que acompanha a dor, abre-se à Ressurreição. Maria fala com doçura e imenso amor e as suas palavras alargam o coração”.
Para Suzana Gonçalves, a oração final, com que se conclui cada estação, “desafia a calcorrear o caminho da luz na vida concreta”.
O padre António Valério, sj, explicou que foi com Nossa Senhora que escreveu as meditações da Via Lucis com Maria. A terceira Semana dos Exercícios Espirituais de mês, que fez em 2017, durante a Terceira Provação [última fase da formação de um jesuíta], foi uma semana “difícil”.
“À noite precisava de um bálsamo e ouvia a Via-Sacra com Maria, do Passo-a-Rezar”, explicou. Entretanto, meditou no modo como Nossa Senhora teria acolhido a notícia da Ressurreição de Jesus e começou a rezar as aparições do Ressuscitado. Foi neste contexto que se lembrou das mães que conhece, concretamente de Suzana Gonçalves, a passar por uma fase de luto familiar.
Escreveu os comentários de Nossa Senhora à Ressurreição e depois de terminar o texto, conversou com a amiga Isabel Figueiredo, autora da Via-Sacra com Maria, pedindo-lhe para “dar um tom maternal ao texto e para escrever as orações finais”.
A versão final do texto é, em seu entender, “uma experiência de Ressurreição, que leva à comunhão. O ambiente é pascal e de muita alegria”.
António Valério, sj, espera que a Via Lucis com Maria ajude a rezar a supresa de Nossa Senhora e “a viver estes dias do Tempo Pascal, até ao Pentecostes”.
“O espírito do Ressuscitado une as pessoas”
A apresentação em Lisboa decorreu a 11 de abril na “igreja pascal” de São Domingos, uma igreja “que morre e renasce” de um incêndio em 1955, como explicou Pe. Vítor Gonçalves, pároco de Santa Justa e Santa Rufina, numa alusão ao tema pascal do livro, durante a recepção aos participantes na iniciativa de lançamento.
Nas palavras introdutórias, Pe. Américo Aguiar, presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença, referia que o “livrinho” que lhe cabia apresentar “cativava” os leitores, dando-lhes a “possibilidade de beber a palavra e a experiência de Deus que passou por duas vidas, dois corações e por várias mãos”. Na visão de Pe. Américo Aguiar, o autor “sentiu-se provocado a refletir novamente”, juntamente com Isabel Figueiredo, sobre as “alegrias e as tristezas” da ressurreição, revivendo “de modo diferente e novo” os acontecimentos vividos por Maria.
Via Lucis com Maria é, para o sacerdote, uma “proposta ousada de vida, pronta a assimilar”, que “facilita um caminho”, se nos deixarmos “provocar” no dia-a-dia. “Para quem está fora ou longe” dos assuntos abordados, o livro introduz “facilmente” o leitor nos temas.
Salientando trabalho desenvolvido pelo autor jesuíta na área das novas tecnologias, Pe. Américo Aguiar sublinhou o mérito do trabalho desenvolvido pelo Apostolado da Oração na “tradução do que é complicado de maneira simples”.
O responsável da Rádio Renascença exortou aos autores que “repitam a parceria” de modo a apresentarem ao pública “outras sensibilidades” sobre diversos momentos de oração.
Pe. António Valério, sj, recordando os momentos da Terceira Provação em que a Via-Sacra com Maria o auxiliava, realçou o momento em que começou a pensar “como estaria Maria a assistir” às aparições de Jesus ressuscitado. Como sacerdote, sentiu necessidade de “pedir ajuda” a uma mãe para rever o seu discurso.
“Fruto da ressurreição”, a proposta de oração Via Lucis com Maria pretende transmitir “a surpresa e a alegria” vividas com o “nascimento da Igreja”. “O espírito do Ressuscitado une as pessoas”, sublinhou o autor, dando como exemplo a comunhão vivida entre si e Isabel Figueiredo.
Realçando a “intensidade” com que se vive a Quaresma, Pe. António Valério, sj, sublinhou a necessidade de “continuar a festa da Páscoa” através da Via Lucis.
Isabel Figueiredo, analisando o momento em que recebeu o pedido de revisão do texto do Pe. António Valério, sj, recordou as dúvidas que sentiu com a solicitação, à qual teve uma reacção negativa. “Senti falta de humildade própria”, confessa. Mas, ao ler a reflexão do co-autor, sentiu uma “união” como acontece com um irmão. “Devemos desprender-nos do que fazemos”, partilha a autora, entregando, assim, o trabalho feito “a quem o lê”.
