«Liberdade religiosa: tolerância e diálogo». Este foi o tema do painel temático promovido esta terça-feira, dia 23, pela Equipa da Rede Mundial de Oração do Papa criada no âmbito do Centro Académico de Braga (CAB). A sessão decorreu na Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga, e congregou dezenas de estudantes do ensino secundário.
Realizado no contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o painel teve como mote a intenção do Papa Francisco para este mês, centrada nas minorias religiosas na Ásia. No contexto deste tema, um grupo de alunos do curso profissional de Artes de Espetáculo apresentou um apontamento de teatro.
Félix Lungu, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, divulgou um vídeo sobre a perseguição religiosa no mundo e sublinhou que há pessoas que não renunciam à fé, mesmo correndo o risco de perder a vida.
«Duzentos milhões de pessoas não têm liberdade religiosa» e «os cristãos são os mais perseguidos», afirmou. Embora sem ficar deprimidos, temos de ter consciência que esta realidade existe.
O sacerdote jesuíta Paulo Duarte referiu que geralmente entendemos liberdade e religião como realidades opostas. «Mas quando vemos o sentido profundo da religião, percebemos que ela nos pode dar liberdade».
Segundo Paulo Duarte, a intolerância religiosa está relacionada com um grande desconhecimento. «Dentro da liberdade precisamos de diálogo, que não seja um diálogo de surdos», mas no sentido de poder «mudar perspetivas».
Por seu turno, o padre ortodoxo Vasyl Bundsyak focou a importância de os cristãos mostrarem, «à luz do Evangelho», que têm de fazer alguma coisa para mudar o mundo.
João Quesado, estudante universitário de Ciências da Comunicação, falou na existência, no meio académico, de uma «intolerância passiva» relativamente à religião. Já Maria Portela, estudante do ensino secundário, afirmou que no contexto deste ensino «a religião é um não assunto», algo que «não é conversado, não é falado».
Refletir sobre as intenções do Papa
A diretora do CAB, Rita Fernandes, explicou que a Equipa RMOP criada no âmbito do Centro Académico pretende, mensalmente, levar o tema da intenção do Papa a várias organizações na cidade. «Não pretendemos chegar só às escolas mas a outros lugares».
Em sua opinião, uma escola secundária «é um contexto privilegiado para promover questões de reflexão. Efetivamente estes jovens não são o futuro mas são o presente e sentimos que nestes contextos estas questões fazem toda a diferença».