No contexto do 56.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado pela Igreja Católica em 2025, a Mensagem deste ano apela a uma comunicação que semeie esperança, combata a desinformação e promova a escuta e o respeito mútuo, especialmente em tempos marcados pela polarização e agressividade nos meios digitais.
Sob o tema ‘Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações’ (I Pd 3,15-16), o texto propõe um novo olhar sobre o papel dos jornalistas e comunicadores, encorajando-os a tornar-se “peregrinos de esperança” num mundo marcado por conflitos, discursos de ódio e manipulação informativa.
A mensagem alerta para o perigo de uma comunicação que, em vez de construir pontes, acentua divisões e recorre ao medo, à provocação e à distorção da verdade como instrumentos de influência. Em contrapartida, convida a “desarmar” a linguagem, favorecendo uma atitude mansa e respeitosa, que escute, compreenda e valorize o rosto do outro, em particular dos mais frágeis e esquecidos.
“Ter esperança é um risco que é preciso correr”, lê-se no texto, que sublinha que a esperança não é otimismo vazio, mas virtude ativa e transformadora, capaz de mudar vidas e realidades. Neste sentido, os comunicadores são chamados a ser testemunhas de esperança, não através de slogans ou ilusões, mas com narrativas enraizadas na verdade e no compromisso com o bem comum.
A comunicação, diz ainda a mensagem, deve ser “companheira de caminho”, à semelhança de Jesus no encontro com os discípulos de Emaús: próxima, dialogante, capaz de aquecer os corações e de reinterpretar a realidade à luz de uma promessa maior.
O texto é também um apelo a que se procure, mesmo nas realidades mais duras e fragmentadas, as “migalhas de bem” que alimentam a esperança comum. A todos os profissionais da comunicação é confiado o desafio de descobrir e contar essas histórias que, sendo pequenas, têm a força de reacender o sentido de comunidade e solidariedade.
Neste Ano Jubilar, marcado pelo lema ‘Peregrinos da esperança’, a comunicação é vista como meio essencial para “tecer comunhão” e caminhar juntos, reconhecendo a dignidade de cada ser humano e cuidando da casa comum.
Mais do que informar, este Dia Mundial recorda a missão de comunicar com o coração, resistindo à tentação do protagonismo e apostando numa cultura do cuidado e da confiança, que faça do mundo um lugar menos surdo, menos indiferente e mais fraterno.