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De coração cheio

Este domingo celebrámos o acontecimento central da vida dos cristãos, a Páscoa da Ressurreição do Senhor. Os dias que o antecederam foram intensos, em termos de celebrações, e quem teve oportunidade de nelas participar fica com o coração preenchido… com o coração cheio… com o coração a transbordar de alegria.

Os gestos exteriores da oração, da esmola e do jejum, durante o tempo quaresmal, foram preparando cada um para as celebrações da Semana Santa e do Tríduo Pascal. Embora a oração, a esmola e o jejum possam por vezes parecer vivências com caráter de rotina, se forem sendo aprofundadas, acabam por se refletir nos nossos comportamentos e atitudes do dia a dia. Porque o coração também se trabalha.

Celebrar por exemplo o sacramento da Penitência nos dias que antecedem a Páscoa é um sinal de que, no Domingo da Ressurreição, nos queremos sentir diferentes e de que este Dia não é uma mera festa exterior. Como é bom ir trabalhando e enchendo o coração!

E o coração enche-se ainda mais participando nas celebrações da Semana Santa: no Domingo de Ramos, em que nos sentimos parte do povo que aclamou Jesus na entrada triunfal em Jerusalém; na Missa da Ceia do Senhor, com o gesto do lava-pés (que nos recorda que também nós podemos estar ao serviço dos outros), o altar a ser desnudado e a celebração a terminar em profundo silêncio; na Celebração da Paixão do Senhor, com o gesto demorado, profundo e intenso da veneração individual da Cruz. Tendo a oportunidade de experimentar estas vivências, ninguém fica igual!

O coração trabalhado enche-se de alegria na noite da Luz, na noite Maior do ano, na Solene Vigília Pascal. Todos os momentos e gestos que a integram convidam a fazer um caminho, desde a criação do mundo ao anúncio da Ressurreição. Passamos das trevas à luz, da morte à vida e, com o coração cheio de alegria, temos vontade de também nós sermos anunciadores da Ressurreição.

A celebração do acontecimento central da fé cristã torna-se ainda mais completo para quem tem oportunidade de participar no anúncio da Ressurreição integrando o Compasso ou Visita Pascal. Indo ao encontro de famílias numerosas (que congregam várias gerações), de pessoas sozinhas, de doentes acamados, daqueles que não têm a família completa porque as obrigações laborais a isso conduzem ou de quem se emociona porque recorda alguém que já partiu, ter a oportunidade de anunciar a Ressurreição é o culminar de tantas vivências que nos fazem sentir diferentes nestes dias.

Uma vivência assim é uma oportunidade única, que devemos agradecer… de coração cheio… mas que podemos e devemos procurar, com uma vontade enorme de ir enchendo o coração.

Um santo Tempo Pascal!

 

Cláudia Pereira

Atualidade

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