Conheci o bispo D. António Francisco dos Santos quando ele era bispo auxiliar na diocese de Braga. A minha colaboração nos Estúdios Regionais de Braga da Rádio Renascença fez-me cruzar algumas vezes com ele. Ficou-me na memória um homem simples, próximo, de sorriso fácil e aberto. Vim a descobrir, também, o homem sábio e bom, que não esquecia nomes e, já bispo de Aveiro, perguntava sempre por mim, nos seus encontros frequentes, por motivos pastorais, com a minha esposa.
Não éramos amigos, no sentido habitual do termo, pois a nossa convivência não chegou a esse ponto. Éramos conhecidos que se estimavam à distância. Para mim, era também um bispo-pastor, no sentido mais forte do termo, pois nunca estava longe das pessoas a quem servia, na Igreja e na sociedade.
A notícia da sua morte, apesar da surpresa, não me deixou triste. Deixou-me um misto de saudade – aquele sorriso desarmante que me vai fazer falta, mesmo nas fotografias das agências de notícias ou nas imagens de televisão – e de paz, pois sei, com o conhecimento da fé, que o Senhor da Vida o conserva na sua mão segura.
Foi bom tê-lo conhecido, D. António! E é muito bom viver na esperança de, no dia para lá de todos os dias, o reencontrar no abraço eterno do Pai.
Texto: Elias Couto
Fotografia: Diocese do Porto