Pais, avós, irmãos, … tantas pessoas que se encontram diante do desafio de transmitir a Fé. Não como conteúdo ou fórmula memorizada. A Fé como relação, como experiência de ser amado. Não como seguro de vida, mas como confiança na presença fiel de Deus.
Esta aventura começa de pequenino, quando se dá os primeiros passos, se tenta as primeiras palavras ou se aprende o espanto. Esta secção quer ajudar os que acompanham crianças até aos seis anos no começo da relação com Deus.
Como falar do batismo às crianças?
Era uma vez…
Era uma vez… não é uma boa forma de começar.
O Batismo não é uma história inventada. É um acontecimento marcante. Um encontro que transforma. Mas como se diz isso em «criancês»? Podemos dizer que, do mesmo modo que a mãe quer abraçar a criança mal ela nasce, Deus também quer que o bebé se sinta abraçado e muito querido desde pequenino, como um filho muito amado (a veste branca). Deus quer que a criança experimente uma grande alegria, que aprenda que a vida é um presente muito grande. O maior de todos (a água). Deus não quer que ninguém tenha medo ou se sinta no escuro. Quer que cada passo seja dado com toda a confiança (a vela).
É por isso que os pais pedem o batismo para o seu filho, porque querem que ele se experimente feliz e porque sabem que o filho não lhes pertence – é um presente de Deus. Os pais desejam que a criança seja acolhida por toda a comunidade; porque, tendo consciência de que eles e ela têm limites e fragilidades, querem que seja protegida por um amor mais forte do que tudo o que nos faz tristes. O batismo significa e realiza esse amor. Pelo batismo, a criança é abraçada por Deus. Os padrinhos ajudam os pais na educação na fé e devem ser escolhidos com muito cuidado e critério.
Como preparar a celebração do Batismo?
Além de todas as conversas que se possam ter sobre o batismo, o modo como uma criança sentir, ouvir e vir os adultos prepararem o Batismo é o que mais a pode marcar.
A preparação deve envolver pais, padrinhos, família e amigos com muita alegria. Há formas muito simples de o fazer: escolher as leituras a partir do ritual e daquilo que a família quer transmitir. Envolver cada pessoa com os seus talentos (preparar cânticos, ler, escrever uma oração de agradecimento, ser acólito…). Todos podem viver intensamente o Batismo e rezar para que a criança se sinta acolhida na Igreja.
Que tudo seja simples e significativo:
✎ O vestido, eventualmente o usado por todas as crianças da família;
✎ Uma toalha branca com a data do Batismo;
✎ A vela com um aro onde serão gravadas as datas do nascimento e do Batismo e, mais tarde, as da Profissão de Fé, do Crisma ou, até, do Matrimónio, da Ordenação Sacerdotal, da Profissão Religiosa.
✎ É importante fazer festa! À volta da mesa – como Jesus com os amigos –, o ministro que batizou, os padrinhos, a família e os amigos, juntos com muita alegria e sem fazer do momento um acontecimento social!
Depois, é preciso ir encontrando formas simples de ajudar a crescer com Jesus e ser exemplo.
Domingas Brito e P. José Maria Brito, sj
(in Mensageiro, janeiro de 2016)