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Bispos querem catequese renovada e não escolarizada

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou recentemente uma Carta Pastoral, intitulada «Catequese: a alegria do encontro com Jesus Cristo», em que apela a uma renovação da catequese «plenamente asumida em todas as comunidades cristãs».

Os bispos portugueses reconhecem que «ainda é o modelo escolar que predomina», com a redução da catequese a um encontro semanal por vezes em apertados horários pós-escolares; uma calendarização idêntica à da escola, com os catequizandos ausentes das maiores celebrações, como as da Páscoa e do Natal, que decorrem em tempo de férias; a utilização de uma linguagem predominantemente escolar e a identificação dos anos de catequese como no sistema de ensino.

A prévia auscultação da realidade nas dioceses permitiu verificar que há «sinais de uma catequese renovada», mas é necessário «ir mais além». «Queremos que a renovação passe de sinais mais ou menos incipientes e isolados e seja plenamente assumida em todas as comunidades cristãs». A catequese não se pode «reduzir à transmissão de conteúdos doutrinais, como no modelo escolar. A transmissão tem de fazer-se de modo vivenciado, inserida no encontro com Jesus Cristo».

Considerando que a «falta de envolvimento dos pais e outros familiares na formação cristã que a comunidade oferece» é «uma das maiores causas do abandono precoce de crianças e adolescentes», os bispos portugueses afirmam que «hoje têm de ser os filhos a levar os pais ao (re)encontro com Deus». Tal já está a acontecer, mas de uma forma ainda incipiente.

Os prelados assumem o desejo do Papa Francisco para que, num domingo do Ano Litúrgico, se renove «o compromisso em prol da difusão, conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura». «Sugerimos, como data, o domingo em que nas nossas comunidades cristãs se celebra a Festa da Palavra conclusiva do ano catequético dedicado à Sagrada Escritura».

A CEP entende que «a catequese tem de levar os catequizandos a integrarem-se na comunidade cristã». Apesar de este cenário ser «tão óbvio, infelizmente a realidade é ainda, em muitos casos, a oposta».

No que se refere à catequese da adolescência, é necessário «investir na formação da consciência de grupo», levando os adolescentes a «identificar o grupo por um nome por eles escolhido (em vez do ano de catequese, que lembra logo o da escola); alargando o relacionamento entre os seus membros para lá do habitual encontro semanal» e relacionando-o com outros grupos, a comunidade e a sociedade.

Relativamente à juventude, é necessário continuar a alimentar a fé «sobretudo com iniciativas a que os jovens de hoje em geral se mostram particularmente sensíveis: experiências de oração, de encontro pessoal com Cristo (…) e entrega voluntária ao serviço de carenciados».

No que respeita aos adultos, é preciso apostar «no primeiro anúncio, centrado no encontro pessoal com Jesus Cristo e, consequentemente, numa mais consciente inserção na vida das comunidades cristãs e num empenhamento missionário mais audaz e eficaz, dentro e fora da Igreja».

Os bispos manifestam a sua gratidão pelo trabalho dos catequistas e afirmam que a sua formação espiritual deve ser permanente. A eles deve ser proporcionada «uma experiência de primeiro anúncio, centrado no encontro pessoal com Cristo» e deve-se despertar «o gosto pela lectio divina». Além disso, é necessário incluir no curso de iniciação «um discernimento sobre a própria vida e vocação, seguido de acompanhamento espiritual durante o estágio».

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