Entre 2016 e 2018, aumentaram, em praticamente todo o mundo, as ameaças à liberdade religiosa, revela o relatório divulgado hoje pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). A Rússia consta, pela primeira vez, no grupo de países mais problemáticos e a Coreia do Norte é “provavelmente o pior país do mundo”. Suspeita-se que, neste último país, 25% dos cristãos se encontrem em campos de detenção.
O Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo analisa a situação em 196 países e indica que há 38 territórios onde se verificam “violações significativas da liberdade religiosa”. Destes, 21 encontram-se na categoria “perseguição”, ou seja, onde as minorias religiosas são perseguidas por uma religião maioritária; e 17 na categoria “discriminação”, isto é, onde os próprios Estados discriminam as minorias religiosas.
O documento revela ainda que, nos últimos dois anos, período em análise, houve um “declínio especialmente acentuado” da liberdade religiosa na China e na Índia. Em países como Brunei, Cazaquistão, China, Coreia do Norte, Eritreia, Iémen, Índia, Iraque, Líbia, Maldivas, Mauritânia, Mianmar, Nigéria, Palestina, Paquistão, Quirguistão, Rússia, Sudão, Tajiquistão e Turquemenistão, “a situação já era tão má que dificilmente poderia piorar”.
Nas Maldivas, a situação é crítica: por lei, apenas os muçulmanos podem ter cidadania do país, a importação de Bíblias foi proibida e é proibida qualquer tipo de evangelização não muçulmana. Na Mauritânia, a renúncia ao Islão e a blasfémia são punidas com a pena de morte.
No Ocidente, há sinais de aumento de islamofobia e de casos de antissemistimo. Não obstante, segundo o relatório, é nos hiper-extremistas islâmicos que está a origem de grande parte das situações de violência e intolerância religiosa no mundo. “O sucesso das campanhas militares contra o Daesh e outros hiper-extremistas escondeu a propagação de movimentos islamitas militantes em regiões de África, do Médio Oriente e da Ásia”, lê-se no documento.
Outra das conclusões preocupantes do relatório é a “extensão do abuso sexual de mulheres por grupos e indivíduos extremistas em África, no Médio Oriente e em partes do subcontinente indiano”, que tem aumentado.
As conclusões do Relatório da Fundação AIS pretendem ser “um alerta para a situação em que se encontram milhares de pessoas em todo o mundo, vítimas da intolerância, fanatismo religioso e terrorismo, mas também da violência exercida por grupos radicais, atores estatais e regimes autoritários”.
O Passo-a-Rezar, no âmbito de uma parceria com a Fundação AIS, disponibiliza todos os meses um ficheiro que ajuda a rezar pelos cristãos perseguidos. Veja aqui a proposta para este mês.
A síntese da situação sobre a liberdade religiosa no mundo em vídeo: