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A gratidão como um modo de vida

À conversa com… Félix Lungu, responsável pela Comunicação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

 

Há alguns anos deixou o seu país natal – a Roménia – e escolheu Portugal para viver. O que o levou a fazer esta opção?

Nasci numa família católica, num país comunista onde a maior parte das pessoas pertenciam à Igreja Ortodoxa. Lá, conheci os Missionários do Verbo Divino e vim para Portugal à procura da minha vocação.

 

Durante dois anos desenvolveu trabalho voluntário em Moçambique. O que reteve desta experiência?

Fui acolhido pelo povo macua durante um período intenso em que estive envolvido na formação de catequistas e apoio na missão, em campanhas de prevenção e luta contra a lepra e sida, na educação dos jovens e construção de uma biblioteca comunitária. Foi uma experiência que me abriu os horizontes e me ajudou a centrar no essencial. Todos os jovens deviam ter a oportunidade de fazer uma experiência de missão e voluntariado.

 

Está, desde há vários anos, ligado à área da comunicação no Secretariado Português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). Encara este trabalho como uma missão?

Quando regressei de Moçambique, fui convidado a trabalhar na AIS e tive que estudar marketing e comunicação para assumir as responsabilidades profissionais, mas a preocupação com a causa dos cristãos perseguidos só pode ser encarada como uma missão.

 

A reconciliação entre os povos é uma ideia central na missão da AIS. Numa altura em que os conflitos religiosos estão no centro da atualidade, acredita que é possível haver uma convivência pacífica entre pessoas de religiões distintas?

O fundador da AIS, P. Werenfried van Straaten, dizia que afinal «os homens são muito melhores do que nós imaginamos». Desejo acreditar também que o ser humano é capaz de grandes coisas. O diálogo e a boa convivência entre pessoas de tradições religiosas diferentes é possível. Muitas vezes a religião é instrumentalizada e usada para explicar alguns dos conflitos que existem, mas há de facto muita manipulação para esconder as verdadeiras motivações económicas e políticas de pessoas gananciosas e sem escrúpulos que ambicionam maior riqueza e poder.

 

Como procura viver e concretizar, em família, estas dimensões do entendimento e da reconciliação?

A reconciliação alcança-se através da humildade e do exercício de vontade. Como pai, tenho a sorte de acompanhar um processo de aprendizagem que é benéfico para toda a família, pois é neste quadro que crescemos, celebramos, rimos, choramos e rezamos. Saber que somos pequenos mas merecedores de um grande Amor ajuda-nos a sermos gratos. Quando a gratidão se torna o nosso modo de vida, o exercício do entendimento e da reconciliação deixa de estar confinado ao espaço da família para transbordar e sair ao encontro do outro.

 

Artigo retirado da revista Mensageiro – Novembro 2015

 

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