Apresentação do Senhor (Festa) – Ano C / Dia dos Consagrados / Último Dia
da Semana do Consagrado / Dia da Universidade Católica Portuguesa
As três pessoas da Sagrada Família de Nazaré, que se nos manifestaram na humildade do mistério do presépio de Belém, hoje voltam a revelar-se-nos no Templo de Jerusalém. De novo, José no seu silêncio eloquente; Maria a ponderar os acontecimentos no seu coração; Jesus aclamado Luz do mundo por Simeão e Ana, que perseveravam na esperança da vinda do Messias Salvador. Voltaremos a encontrar Jesus, Maria e José no episódio da perda e encontro do Menino Jesus no Templo, quando Jesus tinha doze anos.
Na festa que hoje celebramos, as três pessoas vão ao Templo cumprir o ritual prescrito pela Lei: a purificação da mãe, considerada impura devido ao parto, e a apresentação ao Senhor do Menino, primogénito, recordando a libertação do Povo de Deus das tribulações sofridas no Egito, e como que «resgatando» a criança, pertença de Deus, mediante o sacrifício que, para os pobres, consistia na oferenda de «um par de rolas ou duas pombinhas».
Até 1960, a solenidade deste dia era dedicada mais à figura de Maria, invocada como «Senhora da Luz» ou das candeias. A partir da reforma litúrgica operada nessa data, a tónica passou a ser posta na Apresentação do Senhor, embora a bênção das velas faça com que não se esqueça totalmente a referência a Nossa Senhora da Luz.
Simeão viu em Jesus a verdadeira Luz. O próprio Senhor dirá de si mesmo que é a «Luz do mundo», como é também Caminho e Verdade.
Que aprender desta festividade? A simplicidade humilde de José e Maria, a sua obediência sem revolta às tradições piedosas do Povo de Deus, o não querer privilégios, a disponibilidade serena para aceitar o incompreensível, o mistério, as incertezas do futuro daquele Menino, de quem se profetiza que será «sinal de contradição», facto que provocará em sua e nossa Mãe dores atrozes como golpes de espadas afiadas. A Jesus agradeçamos a luz que a sua vida e a sua Palavra irradiam na nossa existência e que, se acreditamos n’Ele, fará com que passemos a ter olhos novos que conseguem, na fé, ver até na escuridão.
Mal 3, 1-4 / Slm 23 (24), 7.8.9.10 / Hebr 2, 14-18 / Lc 2, 22-40 ou Lc 2, 22-32