Dia 8 | Domingo

Meditação diária

Domingo XXIII do Tempo Comum – Ano B

O Evangelho de hoje leva-nos com Jesus até terras onde não se acredita no Deus dos judeus, algo que liga essa realidade ao mundo ocidental de hoje. Nestes contextos pagãos, não é surpreendente encontrar pessoas surdas à palavra de Deus, pois há demasiadas vozes e ruídos que competem pela atenção dos seus habitantes. Então como hoje, são necessárias a desintoxicação e a cura, algo para o qual este Evangelho nos oferece um guião.

Jesus começa por afastar o surdo-mudo da multidão, como quem nos diz que ela é parte do problema; o vociferar da multidão impede a escuta de Deus. Jesus leva-o a um lugar apartado e deseja fazer o mesmo connosco. Nós somos curados da nossa surdez ao deixar-nos guiar por Ele até à sua Igreja, ao mergulhar no ritmo da liturgia, ao escutar a Escritura, ao entrar em contato com a nossa tradição, ao conhecer as vidas dos santos, ao viver imersos na beleza da arte e arquitetura sacras. É aqui que se pode dar a desintoxicação do ruído dos nossos dias.

Depois de conduzir o surdo- -mudo a um lugar afastado, Jesus toca a sua língua, coloca os dedos nos seus ouvidos, olha o céu e suspira «Effathá», que quer dizer «abre-te» em aramaico. Há um toque, há a voz de Jesus e há uma cura, um sinal eficaz da graça. O que será isto senão um sacramento de salvação, desejável não só para que o surdo-mudo passe a falar, mas para que «fale bem», como afirma o Evangelho? Que outra cura podemos esperar do que aquela que nos é oferecida pelos sacramentos?

O relato do milagre que hoje escutamos é uma catequese que nos aponta a Igreja e os seus sacramentos. Peçamos ao Senhor que nos cure, como a este surdo-mudo. Deixemo-nos guiar por Ele até um espaço partilhado, onde nos reconhecemos queridos e amados por Deus, e alimentemo-nos dos sacramentos. Peçamos ao Senhor que nos abra à verdadeira vida e aceitemos seguir a sua voz.

Is 35, 4-7a / Slm 145 (146), 7-10 / Tg 2, 1-5 / Mc 7, 31-37

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